Estudo mostra que muitas crianças se sentem inseguras no ambiente escolar
Como a escola do seu filho lida com o bullying?
Embora esteja cada vez mais comum casos de crianças que sofrem agressões físicas e psicológicas, são poucas as medidas que algumas instituições tomam em relação ao problema.
É o que detectou um estudo preliminar realizado pelo Núcleo de Análise e Comportamento da Universidade Federal do Paraná (UFPR), com 245 crianças.
Os dados chamam a atenção para o ambiente escolar: 33% dos avaliados não se sentem seguros onde estudam. Segundo Josafá Moreira da Cunha, psicólogo e pesquisador da UFPR, a intervenção de algumas escolas é falha.
A probabilidade do bullying (termo em inglês que significa atos de violência, como xingamentos, humilhações) ser resolvido é maior quando a agressão é física.
Outro problema, levantado pelo pesquisador, é quando acontece o bullying indireto, como a exclusão freqüente de uma brincadeira: muitas vezes os pais e os professores não ficam sabendo porque a criança não tem coragem de contar.
Para que a esse tipo de violência diminua é necessária uma atuação mais forte da escola, com regras específicas para casos de bullying.
E os profissionais têm de buscar uma maneira de resolver os conflitos adequadamente.
Mas a família também tem um papel importante: precisa estar presente nas escolas, cobrando e participando da rotina da criança.
Atitudes como suspender o agressor ou colocá-lo para fora da sala de aula só geram mais violência.
No Brasil, não existe uma legislação específica para o bullying.
“Para as escolas há uma dificuldade em estabelecer o limite do aceitável e desejável”, diz Sandro Caramaschi, professor especializado em comunicação não-verbal e relacionamento humano da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp).
Enquanto uma criança “tira de letra” determinada situação, para outra é extremamente constrangedora.
É aí que vale o bom senso e a observação de educadores e pais, para que haja uma intervenção rápida toda vez que algum caso de violência, física ou não, for detectado.
"Esse é um caminho para que os números de bullying comecem a cair nas estatísticas", aponta Caramaschi.