sábado, 3 de outubro de 2015

3ª REUNIÃO PEDAGÓGICA ON LINE

Uma vez concluídas as discussões para atualização da Proposta Pedagógica Curricular (1ª e 2º Reuniões Pedagógicas On Line) nos debruçamos nesta 3º Reunião em um tema considerado pertinente (especialmente diante de colocações nos Conselhos de Classe): que Juventudes são essas presentes na escola?
Para isso, propomos o estudo de dois fragmentos de texto.  Um deles foi extraído das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica de 2013 e o outro do Projeto Político Pedagógico de nossa escola.

Incluímos, neste estudo, outras duas atividades: revisão dos critérios da Recuperação de Estudos proposta para 2016 e a Avaliação da Gincana Cultural e Esportiva.

Esta reunião é de participação individual (comentário individual) e deverá ser realizada no período de 05 a 10 de outubro de 2015, no formato Fórum.

A seguir, clique na temática, leia o texto e responda as questões! 
Interaja com algum colega professor / pedagogo!






AVALIAÇÃO DA GINCANA CULTURAL 2015 - PROFESSOR

Caros Professores

Com intenção de avaliar as atividades da Gincana, propomos a sua participação numa pesquisa.

Clique na figura a seguir e responda as questões propostas:



RECUPERAÇÃO DE ESTUDOS

MUDANÇAS NA PRÁTICA AVALIATIVA:
Proposta de Recuperação de Estudos a partir do Ano de 2016

No dia 15 de agosto de 2015, ao participarem de atividade sobre o Projeto Político Pedagógico, em evento de formação continuada – Formação em Ação – os professores do Colégio Francisco Zardo apontaram a necessidade de rever práticas avaliativas, particularmente sobre a Recuperação de Estudos.
Atualmente, a recuperação de estudos é ofertada por meio de retomada de conteúdos (revisão), reavaliação (novos prazos e provas de 2ª Chamada) e aplicação de prova de recuperação, o que tem tomado muito tempo das aulas e não tem apresentado resultados satisfatórios (vide grande quantidade de atividades não realizadas pelos alunos e o enorme percentual de reprovação).
Tendo em vista a percepção de que esta prática, vivenciada desde 2011, precisa ser atualizada, o grupo de professores da área de Humanas propôs a aplicação, a partir do ano de 2016, de uma prova de recuperação, ao final do bimestre, no valor 10,0 pontos.
Diante da sugestão, acordou-se que a questão seria discutida na Semana Pedagógica nos dias 12 e 19 de setembro.
No dia 12 de setembro, coordenados pelos pedagogos de referência, os professores, por área, reuniram-se para fazer o levantamento de pontos favoráveis e desfavoráveis à ideia de uma prova de recuperação com valor de 10,0 pontos ao final de cada bimestre.
Após esse levantamento, os pedagogos analisaram os pontos mencionados pelos professores, concluindo que há um interesse da maioria em adotar uma prática avaliativa na qual a recuperação de estudos seja feita por meio do instrumento prova de 10,0 pontos ao final do bimestre.
Com o levantamento em mãos e a constatação de que a maioria dos professores defende a proposta, organizou-se uma atividade para o dia 19 de setembro na qual foi solicitado aos professores que escrevessem critérios e possibilidades para a aplicação dessa prática.
No dia 19 de setembro de 2015, os professores, novamente reunidos por áreas, foram orientados a escrever critérios para a prova de 10,0 pontos. Após, foi feita uma plenária na qual cada grupo de professores, representado por uma porta voz, apresentou aos demais a síntese das discussões.
Diante disso, estabeleceram-se os critérios e procedimentos para a recuperação de estudos a partir de 2016:


COMPOSIÇÃO
CRITÉRIOS
1. Período
02 dias ao final de cada Bimestre
- Por ter um número superior de aulas (ao menos na maioria das turmas), as provas das disciplinas de Português e Matemática serão aplicadas na Semana de Recuperação, em suas aulas (no caso, nos três dias que antecedem os da recuperação.
2. Quantidade de questões
Provas com 10 questões, em uma folha: frente e verso (se for o caso).
3. Tipos de questões
03 diferentes tipos: discursivas e objetivas.
Os comandos das questões devem ser claros, os critérios devem estar colocados após o cabeçalho e a prova deve ser autoexplicativa.
4. Níveis das questões
03 fáceis, 03 medianas, 04 difíceis, tendo cada uma o peso de 1,0 ponto (sendo que o peso deve aparecer ao lado de cada questão).
5. Frequência
- Os alunos que obtiveram notas igual ou superior à média poderão não comparecer nos dois dias específicos para aplicação de provas de recuperação (exceto em Português e Matemática que antecedem os dois dias).
Obs.: A partir do 2º Bimestre, considerar a média anterior (conferir se a média das notas é igual ou superior a 6,0).

- Os alunos que farão a prova de recuperação – independente da quantidade de disciplinas – não poderão chegar atrasados (para fazer apenas a recuperação da disciplina que precisam, por exemplo) e nem serão liberados antecipadamente. Os mesmos permanecerão em sala, revendo conteúdos, lendo, ou realizando outra atividade encaminhada pelo professor.
- Ao aluno convocado que não se fizer presente (exceto se possuir motivo plausível) será atribuída a nota 0,0 na recuperação, permanecendo a nota das avaliações anteriores.
- O aluno convocado para realizar as provas de recuperação deverá assinar o Livro de Registro de Classe do professor, no campo "Anotações".
6. Resolução das provas
- O aluno será submetido a prova individual e sem consulta.

7. Conteúdos previstos
- Estarão presentes na prova os conteúdos trabalhados durante as aulas do bimestre (e retomados / revisados após a realização da prova bimestral) e aqueles solicitados por meio de trabalhos, pesquisas e atividades.
8. Aplicação das Provas
- Nos dois dias de provas de recuperação as mesmas serão aplicadas por professores do horário vigente (que não necessariamente serão os professores da disciplina da prova). Estes serão denominados: professores aplicadores.
- A sequência das provas será:
1º dia – Física, Geografia, Educação Física, Sociologia, Inglês
2º dia – Química, Arte, História, Biologia/Ciências, Filosofia

- As disciplinas técnicas (Meio Ambiente / Informática) terão um cronograma específico.

- As provas a serem aplicadas deverão ser retiradas pelo “professor aplicador” na sala do xeróx juntamente com a lista de presença (em embalagem própria).
- O professor aplicador preencherá a Ata de aplicação da prova de recuperação (enquanto os alunos realizam a prova), na qual os alunos convocados assinam assim que entregarem a prova.
- As provas aplicadas deverão ser colocadas na pasta do professor da disciplina em arquivo próprio na sala da Coordenação.
- O professor da disciplina deverá retirar suas provas desse local.
9.Professor aplicador
- Será aplicador o professor que ministrar aulas nos dias das provas de Recuperação.
- Caso algum professor falte nestes dias, este será substituído por professor que estiver em Hora-atividade.
- Não haverá “aula vaga” nos dias de recuperação, nem atividade prática de Educação Física.
10. Conselho de Classe
Só será realizado após uma semana do término do Bimestre.

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QUESTÃO



Após fazer a leitura atenta da trajetória da discussão e dos critérios de Recuperação de Estudos para o ano de 2016, apresente suas considerações. 


JUVENTUDES - DCNEB / PPP

AS JUVENTUDES

(Texto extraído das Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica - MEC, 2013, páginas 155-157)

Os estudantes do Ensino Médio são predominantemente adolescentes e jovens. Segundo o Conselho Nacional de Juventude (CONJUVE), são considerados jovens os sujeitos com idade compreendida entre os 15 e os 29 anos, ainda que a noção de juventude não possa ser reduzida a um recorte etário (Brasil, 2006).
Entender a juventude do Ensino Médio em suas múltiplas dimensões significa superar uma noção homogeneizante e naturalizada desse estudante, passando a percebê-lo como sujeito com especificidades próprias que não estão restritas às dimensões biológica e etária, com valores, comportamentos, visões de mundo, interesses e necessidades singulares.
Além disso, deve-se também aceitar a existência de pontos em comum que permitam tratá-lo como uma categoria social. A identidade juvenil situa-se em processo de contínua transformação individual e coletiva, a partir do que se reconhece que o sujeito do Ensino Médio é constituído e constituinte da ordem social, ao mesmo tempo em que, como demonstram os comportamentos juvenis, preservam autonomia relativa quanto a essa ordem. Segundo Dayrell, a juventude é “parte de um processo mais amplo de constituição de sujeitos, mas que tem especificidades que marcam a vida de cada um. A juventude constitui um momento determinado, mas não se reduz a uma passagem; ela assume uma importância em si mesma. Todo esse processo é influenciado pelo meio social concreto no qual se desenvolve e pela qualidade das trocas que este proporciona”. (2003).
Além das vivências próprias da juventude, o jovem está inserido em processos que questionam e promovem sua preparação para assumir o papel de adulto, tanto no plano profissional quanto no social e no familiar. Pesquisas sugerem que, muito frequentemente, a juventude é entendida como uma condição de transitoriedade, uma fase de transição para a vida adulta (Dayrell, 2003). Com isso, nega-se a importância das ações de seu presente, produzindo-se um entendimento de que sua educação deva ser pensada com base nesse “vir a ser”. Reduzem-se, assim, as possibilidades de se fazer da escola um espaço de formação para a vida hoje vivida, o que pode acabar relegando-a a uma obrigação enfadonha. Muitos jovens, principalmente os oriundos de famílias pobres, vivenciam uma relação paradoxal com a escola. Ao mesmo tempo em que reconhecem seu papel fundamental no que se refere à empregabilidade, não conseguem atribuir-lhe um sentido imediato (Sposito, 2005). Destacam-se sua ansiedade em relação ao futuro, sua necessidade de se fazer ouvir e sua valorização da sociabilidade. Vivem ansiosos por uma escola que lhes proporcione chances mínimas de trabalho e que se relacione com suas experiências presentes. Além de uma etapa marcada pela transitoriedade, outra forma recorrente de representar a juventude é vê-la como um tempo de liberdade, de experimentação e irresponsabilidade (Dayrell, 2003). Essas duas maneiras de representar a juventude – como um “vir a ser” e como um tempo de liberdade – mostram-se distantes da realidade da maioria dos jovens brasileiros. Para esses, o trabalho não se situa no futuro, já fazendo parte de suas preocupações presentes. Uma pesquisa realizada com jovens de várias regiões brasileiras, moradores de zonas urbanas de cidades pequenas e capitais, bem como da zona rural, constatou que 60% dos entrevistados frequentavam escolas. Contudo, 75% deles já estavam inseridos ou buscando inserção no mundo do trabalho (Sposito, 2005). Ou seja, o mundo do trabalho parece estar mais presente na vida desses sujeitos do que a escola. Muitos jovens abandonam a escola ao conseguir emprego, alegando falta de tempo. Todavia, é possível que, se os jovens atribuíssem um sentido mais vivo e uma maior importância à sua escolarização, uma parcela maior continuasse frequentando as aulas, mesmo depois de empregados. O desencaixe entre a escola e os jovens não deve ser visto como decorrente, nem de uma suposta incompetência da instituição, nem de um suposto desinteresse dos estudantes. As análises se tornam produtivas à medida que enfoquem a relação entre os sujeitos e a escola no âmbito de um quadro mais amplo, considerando as transformações sociais em curso. Essas transformações estão produzindo sujeitos com estilos de vida, valores e práticas sociais que os tornam muito distintos das gerações anteriores (Dayrell, 2007). Entender tal processo de transformação é relevante para a compreensão das dificuldades hoje constatadas nas relações entre os jovens e a escola. Possivelmente, um dos aspectos indispensáveis a essas análises é a compreensão da constituição da juventude.
A formação dos indivíduos é hoje atravessada por um número crescente de elementos. É diante de um público juvenil extremamente diverso, que traz para dentro da escola as contradições de uma sociedade que avança na inclusão educacional sem transformar a estrutura social desigual – mantendo acesso precário à saúde, ao transporte, à cultura e lazer, e ao trabalho – que o novo Ensino Médio se depara. As desigualdades sociais passam a tensionar a instituição escolar e a produzir novos conflitos.
Diante do exposto, torna-se premente que as escolas, ao desenvolverem seus projetos político pedagógicos, se debrucem sobre questões que permitam ressignificar a instituição escolar diante de uma possível fragilização que essa instituição venha sofrendo, quando se trata do público alvo do Ensino Médio, considerando, ainda, a necessidade de acolhimento de um sujeito que possui, dentre outras, as características apontadas anteriormente.



CONCEPÇÕES DE ADOLESCÊNCIA E JUVENTUDE

(Texto extraído do Projeto Político Pedagógico do Colégio Zardo, p. 47 - 48)

A juventude no Brasil está dividida em duas fatias: a fatia em condição social de extrema carência (os excluídos) e a fatia em condição social favorável (os incluídos). O referencial normatizador da juventude é o consumo. Esse é o critério que determina se a pessoa vai se enquadrar no grupo dos excluídos ou dos incluídos. Embora o jovem seja considerado, pela publicidade, um alvo em potencial para o consumo, o Estado não consegue fazer com que essa posição de consumidor se concretize. Como consequência disso, vemos a marginalização e a criminalidade. E para os que não fazem mais parte da juventude, resta o olhar nostálgico sobre ela. É então que, através da lógica de mercado, busca-se recuperar a juventude num processo de identificação com os valores dos jovens.
Comumente, surge um conflito entre as diferentes gerações. Afinal, da mesma maneira que os velhos têm interesse em remeter os jovens a sua juventude, os jovens também têm interesse em remeter os velhos a sua velhice. Há períodos em que se intensifica a procura do "novo", pela qual os "recém-chegados" (que são também, quase sempre, os mais jovens biologicamente) empurram os "já chegados" para o passado, para o ultrapassado, para a morte social ("ele está acabado"). Estamos aqui, no auge da luta entre as gerações; pois, é nesse momento que as trajetórias de ambos se chocam: quando os jovens aspiram "cedo demais" à sucessão. Essa fronteira entre juventude e velhice é muito relativa, sendo construída socialmente na luta entre jovens e velhos; já que as relações entre idade social e idade biológica são complexas e o número de anos que uma pessoa já viveu tem um significado que lhe é próprio.
No campo de trabalho, é comum encontrar dois estados do sistema escolar em confronto no mercado de trabalho. Enquanto os velhos têm mais experiência, os jovens estão chegando com mais títulos. Essa tensão cria, frequentemente, uma situação desfavorável ao jovem que, mesmo bem qualificado, sente que não é bem vindo no seu local de trabalho ou até mesmo quando está buscando um emprego.
Outra questão sobre a inserção do jovem no mercado de trabalho é o status que isso lhe traz. “Ainda hoje uma das razões pelas quais os adolescentes das classes populares querem abandonar a escola e começar a trabalhar muito cedo, é o desejo de ascender o mais rapidamente possível ao estatuto de adulto e às capacidades econômicas que lhes são associadas: ter dinheiro é muito importante para se afirmar em relação aos colegas, em relação às meninas, para poder sair com os colegas e com as meninas, portanto para ser reconhecido e se reconhecer como um ‘homem’.” (Bourdieu, 1983). Isso só vem confirmar o que já foi dito anteriormente: o referencial normatizador dos jovens é, realmente, o consumo.

Referências
BOURDIEU, P. A "juventude" é apenas uma palavra! Questão de sociologia. Rio de Janeiro: Marco Zero, 1983. p. 112-121.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão. Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica. Conselho Nacional da Educação. Câmara Nacional de Educação Básica. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica / Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. 562p. p. 155-157.
DAYRELL, J. O jovem como sujeito social. Revista Brasileira de Educação. set./out./nov./dez. 2003.
______; LEÃO, G.; REIS, J. Juventude, pobreza e ações sócioeducativas no Brasil. In SPOSITO, M. P. (coord.). Espaços públicos e tempos juvenis. São Paulo: Global, 2007. p. 47-82.
KUENZER, A. (org.). Ensino médio: Construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000.
PARANÁ. Projeto Político Pedagógico do Colégio Francisco Zardo.  Curitiba, 2012. p. 47-48.
SPOSITO, M. P. Algumas reflexões e muitas indagações sobre as relações entre juventude e escola no Brasil. In ABRAMO, H. e BRANCO, P. P. (orgs). Retratos da juventude brasileira. Análises de uma pesquisa nacional. São Paulo: Instituto da Cidadania/Editora Fundação Perseu Abramo, 2005. p. 129-148.

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QUESTÕES

1. Com base nos fragmentos acima apresentados das Diretrizes Nacionais e do PPP do Colégio Zardo, qual a sua percepção / representação dos nossos jovens alunos em relação à cultura, a socialização, a aprendizagem e o mundo do trabalho?

2. Discorra sobre uma experiência de aprendizagem positiva em sua disciplina que envolveu os jovens e levou-os à participação e ao interesse nas aulas.

3. Considerando a necessidade de oferecer condições de incentivo ao retorno e à permanência para os estudantes que a abandonaram, que aspectos relacionados a aprendizagem precisariam mudar na escola?