REFLEXÕES SOBRE AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Olá
Professores,
Esta é a
nossa 3ª reunião online deste ano, onde trataremos de avaliação.
Na semana
pedagógica de julho, além das demais atividades que realizamos,
tivemos
mais um momento de planejamento: A elaboração do Plano de Trabalho Docente para
o 3 º e 4º bimestres.
A
atividade pedagógica é dinâmica, e num ciclo contínuo planejamos, executamos e
avaliamos, para novamente, a partir da interpretação dos dados da avaliação,
replanejarmos, executarmos e avaliarmos... A avaliação deve permitir que haja
reflexão sobre a prática pedagógica.
Na prática
cotidiana, a avaliação é um grande desafio para os educadores. Pela sua
importância, é que nesta ocasião refletiremos sobre este tema e realizaremos o
que se propõe para este momento.
BOM TRABALHO A TODOS!
PARA PARTICIPAR:
1 - Leia o texto sobre
“Avaliação - Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná” e assista ao vídeo “Avaliação da Aprendizagem - Cipriano Luckesi” acessando
os links.
AVALIAÇÃO
No
processo educativo, a avaliação deve se fazer presente, tanto como meio de
diagnóstico do processo ensino-aprendizagem quanto como instrumento de
investigação da prática pedagógica. Assim a avaliação assume uma dimensão
formadora, uma vez que, o fim desse processo é a aprendizagem, ou a verificação
dela, mas também permitir que haja uma reflexão sobre a ação da prática
pedagógica. Para cumprir essa função, a avaliação deve possibilitar o trabalho
com o novo, numa dimensão criadora e criativa que envolva o ensino e a
aprendizagem. Desta forma, se estabelecerá o verdadeiro sentido da avaliação:
acompanhar o desempenho no presente, orientar as possibilidades de desempenho
futuro e mudar as práticas insuficientes, apontando novos caminhos para superar
problemas e fazer emergir novas práticas educativas (LIMA, 2002).
No
cotidiano escolar, a avaliação é parte do trabalho dos professores. Tem por
objetivo proporcionar-lhes subsídios para as decisões a serem tomadas a
respeito do processo educativo que envolve professor e aluno no acesso ao
conhecimento.
É
importante ressaltar que a avaliação se concretiza de acordo com o que se
estabelece nos documentos escolares como o Projeto Político Pedagógico e, mais
especificamente, a Proposta Pedagógica Curricular e o Plano de Trabalho
Docente, documentos necessariamente fundamentados nas Diretrizes Curriculares.
Esse
projeto e sua realização explicitam, assim, a concepção de escola e de
sociedade com que se trabalha e indicam que sujeitos se quer formar para a
sociedade que se quer construir.
Nestas
Diretrizes Curriculares para a Educação Básica, propõe-se formar sujeitos que
construam sentidos para o mundo, que compreendam criticamente o contexto social
e histórico de que são frutos e que, pelo acesso ao conhecimento, sejam capazes
de uma inserção cidadã e transformadora na sociedade.
A
avaliação, nesta perspectiva, visa contribuir para a compreensão das
dificuldades de aprendizagem dos alunos, com vistas às mudanças necessárias
para que essa aprendizagem se concretize e a escola se faça mais próxima da
comunidade, da sociedade como um todo, no atual contexto histórico e no espaço
onde os alunos estão inseridos.
Não há
sentido em processos avaliativos que apenas constatam o que o aluno aprendeu ou
não aprendeu e o fazem refém dessas constatações, tomadas como sentenças
definitivas. Se a proposição curricular visa à formação de sujeitos que se
apropriam do conhecimento para compreender as relações humanas em suas contradições
e conflitos, então a ação pedagógica que se realiza em sala de aula precisa
contribuir para essa formação.
Para
concretizar esse objetivo, a avaliação escolar deve constituir um projeto de
futuro social, pela intervenção da experiência do passado e compreensão do
presente, num esforço coletivo a serviço da ação pedagógica, em movimentos na
direção da aprendizagem do aluno, da qualificação do professor e da escola.
Nas salas
de aula, o professor é quem compreende a avaliação e a executa como um projeto
intencional e planejado, que deve contemplar a expressão de conhecimento do
aluno como referência uma aprendizagem continuada.
No
cotidiano das aulas, isso significa que:
• é
importante a compreensão de que uma atividade de avaliação situa-se entre a
intenção e o resultado e que não se diferencia da atividade de ensino, porque ambas
têm o intuito de ensinar;
• no
Plano de Trabalho Docente, ao definir os conteúdos específicos trabalhados
naquele período de tempo, já se definem os critérios, estratégias e
instrumentos de avaliação, para que professor e alunos conheçam os avanços e as
dificuldades, tendo em vista a reorganização do trabalho docente;
• os
critérios de avaliação devem ser definidos pela intenção que orienta o ensino e
explicitar os propósitos e a dimensão do que se avalia. Assim, os critérios são
um elemento de grande importância no processo avaliativo, pois articulam todas
as etapas da ação pedagógica;
• os enunciados de
atividades avaliativas devem ser claros e objetivos. Uma resposta
insatisfatória, em muitos casos, não revela, em princípio, que o estudante não
aprendeu o conteúdo, mas simplesmente que ele não entendeu o que lhe foi
perguntado. Nesta circunstância, o difícil não é desempenhar a tarefa
solicitada, mas sim compreender o que se pede;
• os instrumentos de avaliação devem ser pensados e definidos de acordo
com as possibilidades teórico-metodológicas que oferecem para avaliar os
critérios estabelecidos. Por exemplo, para avaliar a capacidade e a qualidade
argumentativa, a realização de um debate ou a produção de um texto serão mais
adequados do que uma prova objetiva;
• a utilização repetida e exclusiva de um mesmo tipo de instrumento de
avaliação reduz a possibilidade de observar os diversos processos cognitivos
dos alunos, tais como: memorização, observação, percepção, descrição,
argumentação, análise crítica, interpretação, criatividade, formulação de
hipóteses, entre outros;
• uma
atividade avaliativa representa, tão somente, um determinado momento e não todo
processo de ensino-aprendizagem;
• a recuperação de estudos deve acontecer a partir de uma lógica
simples: os conteúdos selecionados para o ensino são importantes para a
formação do aluno, então, é preciso investir em todas as estratégias e recursos
possíveis para que ele aprenda. A recuperação é justamente isso: o esforço de
retomar, de voltar ao conteúdo, de modificar os encaminhamentos metodológicos,
para assegurar a possibilidade de aprendizagem. Neste sentido, a recuperação da
nota é simples decorrência da recuperação de conteúdo.
Assim, a
avaliação do processo ensino-aprendizagem, entendida como questão metodológica,
de responsabilidade do professor, é determinada pela perspectiva de investigar
para intervir. A seleção de conteúdos, os encaminhamentos metodológicos e a
clareza dos critérios de avaliação elucidam a intencionalidade do ensino,
enquanto a diversidade de instrumentos e técnicas de avaliação possibilita aos
estudantes variadas oportunidades e maneiras de expressar seu conhecimento. Ao
professor, cabe acompanhar a aprendizagem dos seus alunos e o desenvolvimento
dos processos cognitivos.
Por fim,
destaca-se que a concepção de avaliação que permeia o currículo não pode ser
uma escolha solitária do professor. A discussão sobre a avaliação deve envolver
o coletivo da escola, para que todos (direção, equipe pedagógica, pais, alunos)
assumam seus papéis e se concretize um trabalho pedagógico relevante para a
formação dos alunos.
VÍDEO: “Avaliação da Aprendizagem - Cipriano
Luckesi”
REALIZE AS QUESTÕES PROPOSTAS:
a) Comente um aspecto
do texto ou do vídeo, que considerou relevante para a prática pedagógica frente
ao processo de aprendizagem, citados em ambos os documentos.
b) Nos servimos da avaliação como aliada na busca da
qualidade e eficiência no processo de aprendizagem. Compartilhe pelo menos uma
experiência sua, em que avaliação contribuiu para um novo encaminhamento em sala
de aula.
c) Interaja com os
seus colegas. Comente pelo menos uma postagem.