quinta-feira, 24 de maio de 2012

INDISCIPLINA: O QUE FAZER?

Roseli Brito

A indisciplina e o desrespeito dos alunos para com os Professores, funcionários da Escola e com os próprios colegas de classe, tem sido uma questão muito séria, vivenciada diariamente dentro das salas de aula de todo o país.

A indisciplina é legitimada e autorizada pelos meios de comunicação com programas permissivos e principalmente por pais negligentes. Dentro deste cenário complicado e tão flexível onde prevalece e se dá bem sempre aquele que tem o perfil mais “descolado” e por “descolado”, leia-se “o mais indisciplinado, arrogante, grosseiro e mal educado”, é de se esperar que a moeda chamada “caráter”, “ valores morais”, esteja tão difícil de ser encontrada e por esta razão professores do país inteiro se veem sem estratégias para combater esse mal.

Infelizmente, a falta de estratégia está potencializando o problema da indisciplina e a legitimando dentro da Escola. Isso mesmo! Os próprios Professores estão, inadvertidamente, potencializando a indisciplina quando assumem algumas posturas , acreditando que estão combatendo o problema:

0) Gritar, advertir e enviar para Coordenação acaba banalizando a situação de tal modo que muitos alunos já nem se importam mais e até debocham disputando, uns com os outros, quem terá mais suspensões no final do bimestre.

1) Tratar a questão com indiferença e fazer de conta que não se importa e deixar “rolar”.

O ser humano tem vários mecanismos de defesa para “blindar” o emocional e preservar a sua integridade quer seja física, psicológica, etc. Um deles é ignorar determinadas situações, tratando-as como de menor importância e significado tentando assim minimizar o impacto que as mesmas provocam. É uma estratégia também para fazer com que o outro acredite que o que está fazendo não o está afetando.

Porque não funciona? Na verdade ela funciona sim, mas de modo inverso: esta postura diz “continuem fazendo, pois não moverei um dedo para impedir, estou muito cansada para perder o meu tempo com vocês”. Para os que querem estudar e esperam que você faça algo esta postura também fala e diz o seguinte: “quanto a vocês, conformem-se, pois não posso fazer nada”. Ou seja: os dois grupos são deixados a revelia.

2) obrigar os pais e alunos, por meios legais ou com medidas enérgicas e ameaças a tomar providências.

Não fazer nada é quase tão nocivo quanto abertamente declarar guerra. Entrar em confronto direto é o pior dos cenários, pois medir forças não leva a solução dos problemas, já que os envolvidos estão apenas preocupados em apontar culpados e levantar justificativas isentando-se assim das responsabilidades que lhe cabem.

O real enfrentamento dos problemas só ocorre quando todos abrem-se para negociar a questão e para isso é preciso aceitar fazer concessões e estarem abertos para fazerem mudanças, acatarem novas perspectivas e aceitarem novas direções, isso exige humildade e maturidade. Será que os Pais dos seus alunos estão nesse nível ? Será que você está?

3) não fazer nada e esperar outros tomarem atitude

“Vamos esperar que os Pais façam alguma coisa!” “Vamos esperar que o Diretor expulse esse aluno!” “ Vou esperar que o Coordenador aplique uma suspensão no aluno!“ “Vou esperar a aposentadoria chegar e então eu me livro de tudo isso.”

Quando a “lei do mínimo esforço” entra em ação além de potencializar a indisciplina já existente ainda cria alunos procrastinadores e preguiçosos. Esta postura revela um comportamento medíocre e incita os alunos a fazerem algo.

4) mudar de profissão devido ao esgotamento nervoso

Muitos Professores chegam nesta condição quando já percorreram as situações descritas nos itens 0, 1, 2 e 3. Tudo isso por quê? Falta de ferramentas adequadas para lidar: com alunos, com o sistema educacional, com as famílias, com alunos infratores, com a violência no entorno das Escolas e um sem número de situações que envolve o ato de educar e de ser Educador.

Quero que você faça a seguinte reflexão: Médicos e Enfermeiros que tratam pacientes terminais com o vírus HIV precisam tomar as devidas precauções para não se infectarem com o vírus, para isso há vários procedimentos que precisam ser seguidos para que não haja contágio e assim é em várias profissões e situações.

O Educador também lida com situações de alta periculosidade para sua saúde física, mental e emocional, então porque não ter procedimentos? Por quê entrar desavisadamente na sala de aula?

Infelizmente, estas são as posturas mais comuns utilizadas no dia a dia dentro da Escola, onde vários Professores acreditam estar combatendo a indisciplina na sala de aula, o fato é que a indisciplina em muitos casos até piora. O que fazer então ?

5) criar estratégias para minimizar, contornar ou corrigir uma situação

Estratégias só poderão ser criadas quando temos as ferramentas corretas para tal. Isso só ocorre quando buscamos o conhecimento e adquirimos novos aprendizados, que extrapolam o diploma universitário.

Veja abaixo algumas sugestões de novos caminhos que o Professor precisa trilhar para adquirir essas novas ferramentas:

- aprender como desenvolver um gerenciamento efetivo da sala de aula envolvendo tempo, rotina, disciplina e consequência

- aprender e dominar práticas de ensino diversificadas

- implementar procedimentos didáticos e metodológicos em todas as aulas

- aprofundar conhecimentos sobre o funcionamento/interesses de cada faixa etária

- ao lidar com jovens e adultos aprender sobre pressupostos da Andragogia (segundo a definição decreditada a Malcolm Knowles é a arte ou ciência de orientar adultos a aprender).

- aprender sobre mediação de conflitos e criar grupos em cada turma

- levar os conflitos do dia a dia da Escola e/ou Comunidade para debate em sala

- ter coerência nas ações e respeito entre os membros da equipe escolar

- priorizar e participar da educação continuada dentro e fora da Escola

- solicitar orientação individual quando necessário

- aceitar ser cobrado e responsabilizado pelo cumprimento e/ou negligência dos seus deveres

- mobilizar entidades de classe para que incluam na pauta de reivindicações alteração na legislação existente, prevendo sanções e penalidades severas para alunos e Pais que tratarem com desrespeito o Professor e que estejam impedindo o Professor de realizar o seu trabalho.

O Professor não é o vilão e também não é o “salvador da pátria“. Cabe ao Professor guiar, apontar caminhos. Todos seguirão? NÃO! Porém é preciso que os alunos saibam que você está acima da mediocridade.

O maior inimigo do Professor não é a indisciplina e nem o aluno. O maior inimigo é a ingenuidade de acreditar que é possível entrar em uma sala de aula e educar apenas com o diploma nas mãos.

 


QUESTÕES:


Analise a sua prática pedagógica e relate em que momento o assunto abordado no texto influencia e interfere em suas aulas.

Como profissional da educação, qual sua opinião sobre o assunto abordado no texto?



47 comentários:

  1. 0) Só se grita, se adverte e se manda pra coordenação quando o repertório de “estratégias” a certas situações e posturas já não funciona em sala de aula. Ou os coordenadores estão pensando que é na “primeira”?
    Se os alunos que se importam mais, é porque nunca se importaram mesmo. A postura em sala vem do professor e do aluno.É de mão dupla. O professor ensina, escola é pra ensinar português, matemática, história, geografia, filosofia, arte etc..educação tem que vir de casa, professor nenhum consegue ensinar e vencer o conteúdo tendo que “adotar” estratégias mil em todas as aulas para acalmar os que estão nervosos, pedir pra desligar os celulares dos(todos) que estão com os seus, pedir muitas e muitas vezes por silêncio e atenção... mudar as estratégias pra ver se desperta o interesse, implorar pra que entreguem um trabalho( ou será que pedir pra fazer trabalho já não faz parte do repertório de ensino-aprendizagem?)

    1) Então...se o professor deixa rolar a metade da sala se rebela, se não deixa rolar se rebela a outra metade. O professor precisa mediar dois conflitos . Se fosse somente numa sala de aula seria muito fácil, mas gerenciar conflitos( é o que fazemos a todo instante, menos conteúdo, mais conflitos) durante todo o dia, em 8 turmas por dia, entrando de uma sala onde você gerenciou, e noutra onde gerenciou, e noutra onde gerenciou...preciso continuar? É lógico que o professor vai ficar “cansado”, não é de ferro...nem tem sangue de barata! Na última enlouqueceu...mas não se preocupe que amanhã terá mais conflitos para gerenciar!
    2) Quanto ao grau de humildade e maturidade, realmente o professor tem sido muito humilde. Entra na sala e é como se não tivesse entrado ninguém. Com maturidade você novamente vai tentando que os alunos se acalmem, voltem a seus lugares, desliguem os celulares e quando consegue- ora viva!- acabou a aula! Estamos em nível de maturidade de fazer isso sim, pois não temos ALTERNATIVA.talvez o que nos falte é a destreza de fazer tantas vezes, todos os dias, em todas as turmas e em pouco tempo pra sobrar tempo pra dar aula.
    3) Não fazer nada e esperar outros tomarem atitude, francamente não conheço ninguém que se acomoda desta maneira. Queremos sim o apoio de pais, mães, tias, avós, diretores, gestores, governo para que JUNTOS façamos o trabalho. O que não pode é ficar TUDO NAS COSTAS do professor, que é o que se ouve falar mais hoje em dia. A culpa toda , o motivo porque os alunos estão indisciplinados é por culpa d professor. Alguém aqui já viu algum texto onde diz “ Indisciplina do professor em sala de aula, alunos o que fazer”?
    4) Falta de ferramentas adequadas para lidar com alunos, com o sistema educacional, com as famílias, com alunos infratores, com a violência no entorno das escolas, e um SEM NUMERO DE SITUAÇÕES QUE ENVOLVEM O ATO DE ADUCAR....sinceramente quem tiver ferramentas pra tudo isto nem precisa voltar pra sala de aula, é só concorrer ao NOBEL....impossível ter ferramentas pra tudo isso! Somos humanos e nossas ferramentas são: nosso diploma, nosso conhecimento, nossa educação, nossa pontualidade, vir muitas vezes trabalhar doentes, são as aulas que preparamos aos sábados e domingos, estas são as nossas ferramentas, somente para citar algumas
    5) Isto vale para os procedimentos. Nossas ferramentas e procedimentos são: Diploma, conhecimento, nossa educação, pontualidade, não faltar ao trabalho, se faltar repor a matéria ou o dia, preparação adequada das aulas e estar sempre com o emocional em dia, isto é: não podemos ter problemas pessoais, familiares, porque prejudicará nossa performance. Professora Marilise.

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    1. Realmente um reflexao abrangente, realizada por professora que realmente acredita.
      Acredita que, diante de tantas agruras de nossa profissao, hà possibilidades sim de realizar ensino.
      Caso contrário, nao teríamos mais nenhuma motivaçao.
      É desgastante, cansativo, revoltante o que acontece em sala de aula hoje em dia. Porém, notamos que açoes em conjunto têm, de algum modo, melhorado alguns aspetos, como por exemplo a presença das famílias para ajudar a resolver ou amenizar situaçoes escolares.
      Isso nos ajuda a nao estarmos sozinhos.
      Nao ha culpa ao professor disso ou daquilo, mas uma retomada reflexiva daquilo que o professor pode melhorar... Nao sozinho, mas conjugado com outras instâncias escolares.

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    2. Muito bem Marilise. Quando terminei de ler o teu comentário me lembrei daquele ditado que afirma que "magistério é sacerdócio", ou seja, não é para qualquer um...Em seguida pensei: será que os padres lidam com tantos problemas ao mesmo tempo???

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    3. Pois é, Damasceno, acho que neste quesito, não há quem nos supere, somos obrigados. e nao temos outra alternativa senao antes de iniciar a aula a "baixar a poeira" que se levanta a cada troca de aula...é um jogo de cintura(muito mais do que um pugilista),com doses de sacerdócio....

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  2. Muitas das atitudes descritas no texto são as nossas atitudes em sala, numa tentativa de resolver a situação de forma mais rápida e sem perder tempo. Pois temos o conteúdo para trabalhar, avaliações e trabalhos agendados e curtíssimo tempo para cumprir o calendário e o planejamento.
    Concordo que enfrentar o problema com tomada de atitudes em conjunto (escola-familia) seria o ideal, mas precisamos trabalhar com o real, pais ausentes, familias que delegam o "educar" só para a escola, falta de tempo para reuniões e tantos outros motivos que nos afastam cada vez mais das possíveis soluções.
    Profª Vera Lúcia - Biologia

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    1. Legal professora Vera.
      Justamente isso que pode amenizar: escola - família.
      Afinal, temos de, enquanto instituiçao de ensino e profissional da educaçao, resgatar o verdadeiro lugar de ensino e aprendizagem. Nao de domadores de feras ou cuidadores de pessoas.
      A açao conjunta será mais profícua.

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  3. O texto reporta a indisciplina e a atitude do professor perante ela, muitas vezes reforçando-a. Realmente o professor é aquele que está em contato direto com o aluno na escola, que realmente vive o problema da indisciplina do aluno, mas apontar o dedo à prática do professor é uma posição simplista que parece isentar outros setores da instituição escolar do reforço da indisciplina, como pedagogia, direção, pais e funcionários em geral. Acho que esta discussão deveria ser mais ampla e definir os papéis de cada um e se existe uma solução, mencioná-la. Nas sugestões apontadas, algumas podem gerar outros problemas, como a capacitação, muitas vezes requer o professor fora do estabelecimento de ensino no período de suas aulas, o que vai gerar aula vaga, e sem uma estratégia adequada para esta situação vai implicar no aumento da indisciplina. Está na hora de parar de procurar culpados , focar nas soluções e projetos, na comunicação , ambiente de trabalho e sinergia.
    Professor: Cassio Trevisan

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    1. Esse texto, provocativo, terá justamente uma continuaçao para aprofundarmos em seus outros aspectos na semana pedagógica de julho.
      Nao ha acusaçao ou busca de culpados...porque isso realmente é simplista.
      Mas pensar açoes pedagógicas que podem ser implementadas.

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  4. Professora Karina Reichel Rodrigues26 de maio de 2012 às 10:52

    Infelizmente a indisciplina é um fato totalmente presente nas escolas atualmente. E acredito que os professores utilizam todas as estratégias possíveis para combater esse mal. Porém fica evidente que nada funciona perfeitamente, não existe uma fórmula mágica para se combater a indisciplina e muitas vezes o professor precisa pedir por favor e implorar para que os alunos o deixem trabalhar o conteúdo, que na verdade vai ajudar a eles mesmos.
    Conversar com a turma sobre indisciplina até ajuda, porém lá se vai quase uma aula inteira, e tudo bem, se resolvesse por um bom tempo. Mas o que sabemos é que o problema se resolve somente para aquela aula, pois na outra tudo precisa ser repetido. E quanto a nossa função principal que é ensinar a matéria?
    De nada adianta fingir que a indisciplina não acontece, pois os alunos que querem estudar são prejudicados e ninguém aprende nada, porém é muito cansativo entrar em cada sala de aula e passar por todo o processo de fazer com que os alunos sentem, fiquem quietos, guardem o celular e então prestem atenção no que o professor está tentando ensinar.
    Envolver os pais nesse processo é de grande valia, mas para que tudo ocorra conforme o esperado, pais e professores devem trabalhar como aliados. Mas nem sempre é essa nossa realidade, pois muitos pais esperam que os professores façam o trabalho que eles deveriam ter iniciado desde o primeiro dia de vida de seus filhos. Observamos pais despreparados e muitas vezes perdidos no processo de educação dos filhos.
    Atualmente os professores sabem que não é possível entrar em uma sala de aula e cumprir seu papel principal que é dar aula. Para conseguir transferir seu conhecimento o professor precisa criar no aluno a vontade de aprender, mas isso não se consegue com todos os alunos de uma vez, o trabalho nesse caso é individual e constante. Tenho alguns alunos que no primeiro dia de aula diziam que nunca entenderam nada da minha disciplina e que não era agora que iriam aprender. Pois bem, não vi esses alunos como indisciplinados, mas entendi, de certa forma, que eles estavam me pedindo uma ajuda. Com um trabalho mais direcionado, consegui ensinar esses alunos. E hoje eu tenho o respeito deles e não há indisciplina.
    Como eu disse no começo não há uma fórmula mágica, mas vou testando cada estratégia até uma dar certo. O importante é não desistir. Transformar um aluno em um ser melhor é muito gratificante. Reclamar sobre indisciplina com nossos colegas de trabalho pode ser uma forma de pedir ajuda, nós queremos saber o que nosso colega faz para ter o controle da turma, e assim, testar mais uma estratégia até dar certo.
    Pofessora Karina Reichel Rodrigues.

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    1. Bom Dia Profª Karina Reichel Rodrigues
      É bem salutar suas pontuações e bem pertinente para o exercicio do dia a dia na sala de aula, pois sempre há um "pedido" na fala ou "comportamento do nosso aluno da qual é preciso compreender.
      Na educação precisamos sim da ação conjunta e dessas experiências para que possamos continuar acreditando que é possível entrar na sala de aula e ser professor.
      Marcia - Pedagoga

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    2. Acredito fortemente nisso também!

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  5. Legal, professora Karina.
    Essa troca de informaçoes e experiências com os colegas só ajuda a compreender melhor e tomar atitudes que podem ser muito acertadas.
    Gastar tempo precioso da aula para ajustar comportamentos inadequados é desgastante e cansativo.
    Muitas vezes o professor só faz isso.
    Mas a certeza de que há possibilidade de mudança pelo aluno, ajuda e muito.
    A açao conjunta contribui para que nao se fique sozinho nessa incansável atividade que é educar.

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  6. Há muito tempo penso que entre os heróis e os vilões, as vítimas e seus algozes há uma linha apenas tênue. No entanto, estar deste ou daquele lado vai fazer uma enorme diferença. Me explico: a atitude de aprendiz, se perenamente mantida, faz do professor alguém em crescimento – como qualquer aluno – pois está em formação permanente. O aluno que vem com a postura de: aqui não há nada interessante para fazer; aprender prá que?, está com a mesma postura do professor que acha as mesmas coisas. Acho que nessas circunstâncias estaríamos do mesmo lado da linha. Por isso digo que ela é muito tênue.
    Por outro lado, alunos e professore que trazem no peito a convicção de estar fazendo o melhor, de estar se preparando devidamente para este encontro entre duas margens de um “rio”, a ponte é construída um pouquinho por cada uma das partes; e ela aumenta e se solidifica a cada aula. Claro que cabe ao professor, como mestre, ajudar a orientar a quantidade de ingredientes para que a ponte fique sólida, e todos se sintam seguros ao transitar por esse “caminho do saber fazer e saber aprender a fazer”.
    Na busca da construção do conhecimento se atribui ao professor o papel mais importante, e por isso se cobra mais dele que do aluno, até mesmo porque o caminho feito por ambas as partes (alunos e professores) é infinitamente desproporcional.
    É notório que a sociedade, de certa forma “terceirizou” a educação. Assim, é quase contraditório dizer que “educação vem do berço”. Teríamos que perguntar-nos que berço tem nossos estudantes? Famílias desfeitas, pais que trabalham o dia inteiro, filhos criados pelos avós, filhos não criados por ninguém.... Esperam que o professor seja pai, mãe, educador, pedagogo, e ainda dê o conteúdo. As evidências dessa impossibilidade matemática são cada dia mais patentes.
    Para mim, a indisciplina vem, na maioria das vezes, de um excesso de carências: falta de pais, falta de limites, falta de motivações, falta de convicções, ausência de sonhos e falta de perspectivas.
    A carência familiar dificilmente pode ser suprida em sala de aula. Porém, os demais itens podem – e acho que devem – ser trabalhados na escola.
    O professor pode preparar aulas mais dinâmicas (para isso ele precisa mais tempo... Uma aula de preparação para três de execução?). Com isso os estudantes se sentirão mais atraídos para o conteúdo trabalhado, e a indisciplina desaparecerá quase “magicamente”. Estudante motivado é estudante interessado.
    Por outro lado o professor que tira um aluno de sala está gritando por socorro às(aos) pedagogas(os). Este aluno provavelmente não está permitindo que o professor possa desenvolver seu trabalho, e o professor já terá feito inúmeras tentativas de contornar o assunto.
    Finalmente, penso que é importante que na escola se fale uma mesma linguagem. Assim, os estudantes mais difíceis se sentirão mais firmemente “convidados” a mudar de atitude. Acho que às vezes as advertências são necessárias, e em casos reiterados, os pais devem vir à escola. Termos de conduta devem ser negociados e assinados. Haverá então uma parceria no sentido de ajudar àquele(s) estudante(s), e o círculo educativo se fechará, num cerco construtivo, entre professor, educandos, pedagogos, direção e família. Levará muito tempo para que alguns problemas se solucionem, mas, ainda acredito que SOMOS CONSTRUTORES DE ESPERANÇA!
    Um abraço!
    Prof. Mario Canisio Steffens – CELEM - Espanhol

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    1. Legal Professor
      Realizou uma bela síntese de possibilidades para juntos encarmos esse problema.

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  7. Eu acredito que , o primeiro passo para tratar da indisciplina do aluno é a realização de uma análise do problema , ou seja , na origem da questão ; é partir daí que se conhece os motivos que levam o aluno a comportar-se de forma indisciplinada.
    Antes de julgar o comportamento de alguns alunos , é preciso verificar a realidade da escola, da família , o psicológico e o social.
    As manifestações de indisciplina , muitas vezes , podem ser vistas como uma forma de se mostrar para o mundo , mostrar sua existência ; em muitos casos o aluno tem somente a intenção de ser ouvido por alguém ,então para muitos alunos indisciplinados a rebeldia é uma forma de expressão.
    Outro aspecto de grande relevância é a família .Talvez o aluno conviva em um lar desestruturado , onde pais não se respeitam e assim reproduzem o que presencia em casa na escola.
    A indisciplina cresce constantemente , produto de uma sociedade na qual os valores humanos tais como : respeito , amor ,compreensão , fraternidade e valorização da família foram ignorados.
    Devemos ficar alerta porque a indisciplina nunca acaba .Teremos que criar estratégias para conviver com ela .A minha estratégia com alunos indisciplinados é trabalhar com o afetivo. Criando um vínculo afetivo , temos o poder de transformar esse aluno indisciplinado. Na minha prática pedagógica , esta estratégia está efetivamente dando certo.

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    1. Legal Professora Soraia
      Realmente uma das possibilidades que vc utiliza é uma estratégia viável.
      Evidentemente exige um profissional bem equilibrado para conseguir esse vínculo. Visto a quantidade de alunos e turmas.
      De qqer forma, certamente é algo que vc tem conseguido alcançar.

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  8. Acredito que a questão de indisciplina, muitas vezes atribuída ao comportamento ou atitudes dos professores, não correspondem a uma análise isenta e que reflita a realidade com a qual nos deparamos. Infelizmente a Escola é apenas um "ponto" de passagem na qual a indisciplina (maus hábitos, atitudes, falta de valores) é verificada sistematicamente. Reflexo da sociedade, das políticas sociais e da desestrutura familiar de que muitos destes jovens fazem parte.
    É difícil e complicado para nós, professores e escola, "competirmos" com estas questões tão acentuadas hoje em dia onde, muitas vezes, nem é possível uma prevenção, pois o problema já se encontra em fase de expansão.
    Ao observar (e conviver) com comportamentos tão reprováveis de vários alunos é difícil não ser diretamente afetado por tal situação que, ao longo dos anos, está tomando proporções imensuráveis e se não houver um trabalho conjunto (de debate, planejamento, prepração e principalmente ação) visando contra-atacar este "mal," em breve nos daremos por derrotados. Portanto, sugiro: Vamos à luta!

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    1. Certamente nao é o professor a causa de indisciplina. Mas pode desencadear.
      A problemática realmente é complexa, repleta de nuances sociais e familiares.
      Vale ressaltar que nossa prática previne e minimiza.
      É nisso que precisamos injetar ânimo e definir açoes pedagógicas mais contundentes.

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  9. 1) A partir do momento, que eu entro em sala pensando se conseguirei cumprir minhas metas do dia ou passarei a aula pedindo silêncio e atenção, é lógico que minha prática foi influenciada, em compensação existem momentos,que eu me sinto recompensada, feliz e estes momentos, não sei se felizmente ou infelizmente sobrepujam os outros de tal forma, que eu me esqueço dos "outros momentos", dou a volta por cima e começo tudo novamente, com ânimo renovado.
    2) Bom, partindo do princípio, que discutindo(discussão saudável é claro) é que chega-se a uma solução,então quanto mais falarmos e relatarmos as nossas experiências,mais estaremos aprendendo, porque se como professores nós valorizamos o que os alunos trazem de conhecimentos de suas vivências familiares, devemos ter a humildade suficiente para aceitarmos todas as experiências vividas e relatadas por nossos colegas de profissão, mesmo sabendo que para nós as mesmas sejam inviáveis, devemos no mínimo respeitá-las.

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    1. Realmente esse feedback de rever e dar a volta por cima é fundamental para manter o ânimo e construir cada vez mais uma maturidade pedagógica.
      Ouvir, falar, opiniar, discutir, rever, modificar... entre tantas outras açoes, sao as que tornam o processo pedagógico escolar um permanente ciclo de educaçao.
      Temos de, dia a dia, nos esforçarmos para que este ciclo nos terne melhores... e nossas aulas melhores.

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  10. Costuma-se dizer que indisciplina gera indisciplina. Acredito que pela minha prática pedagógica e experiência em sala de aula, que um dos principais quesitos que causa indisciplina é a falta de respeito mútua. Assim havendo respeito entre as partes envolvidas, seja numa sala de aula ou em qualquer situação do nosso dia a dia tudo se torna mais fácil. Outro motivo que eu vejo muitas vezes é a falta de preparação de muitos professores seja em domínio de conteúdo, seja porque na universidade também não se tem a prática condizente com a realidade. Muitos vêm despreparados para enfrentar os conflitos de sala de aula e com a falta de domínio dos conteúdos, os alunos percebem essa insegurança e acabam se aproveitando da situação. Outro motivo que podemos elencar é o envolvimento da família com a escola, e que felizmente no nosso colégio essa situação vem melhorando, graças a uma direção presente, equipe pedagógica mais preparada para os desafios e por que não dizer professores também bem qualificados e comprometidos com uma escola de qualidade. Lógico que toda a regra tem exceção, mas isso em todas as profissões. Não é fácil a nossa árdua tarefa de educar nos dias de hoje com tantas novidades principalmente tecnológicas que a maioria das vezes não conseguimos acompanhar. Apesar tudo isso ainda tenho esperança que novos tempos virão e que conseguiremos com o envolvimento de todos uma escola melhor para as novas gerações. Volto a frisar, em minha opinião RESPEITO é um dos principais elementos para que se tenha sucesso na questão da indisciplina em sala de aula
    Filomena – profª de matemática

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    1. Essa esperança e a percepçao de que o duro trabalho coletivo contrói algo positivo, é um ânimo a mais para que sejamos profissionais de fato.
      A indisciplia de aluno é problema que desgasta e cansa, mas quando encarado como desafio a ser superado por todos, incluindo o respeito mútuo, com bem disse a professora Filomena, contribui para minimizar tal problema.
      Tenhamos cada vez mais a clareza de onde queremos chegar e assim teremos o envolvimento e a certeza de que podemos dias melhores.

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    2. Concordo com você Filo, também acredito que respeito seja fundamental no combate à indisciplina, pois a partir do momento que o aluno percebe que é tratado de maneira respeitosa, suas atitudes indisciplinares diminuem. Mas, como você escreveu, também, é importante o envolvimento da família, pois os professores sozinhos não conseguem sanar todos os problemas de indisciplina, mesmo agindo com respeito.

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  11. A indisciplina em sala de aula é uma temática que necessita ser estudada e discutida, pois ela representa um fenômeno moderno, polêmico e considerado um dos principais obstáculos da educação. Estamos numa época de valorização da democracia, cidadania e respeito. Cabe as escolas levarem isto a serio. O professor deve identificar os motivos da indisciplina. Observar os alunos e estabelecer um diálogo ajuda muito nesta relação. Muitas vezes, a indisciplina ocorre porque os alunos não entendem a matéria ou acham as aulas “chatas” e desmotivadas. Nestes casos, o professor pode modificar suas aulas, adotando atividades estimulantes e interativas. Outras situações, a indisciplina ocorre a partir de uma situação de conflito e enfrentamento entre alunos e professor. Neste caso, o professor deve buscar conversar e ouvir os alunos. Cabe ao professor desfazer o clima de conflito e solucionar a situação pois ele é o adulto da relação. Outra coisa é criar algumas regras comuns para o funcionamento das aulas, isto é, criar alguns “combinados” com os alunos indisciplinados. O professor pode fazer isso com a ajuda dos próprios alunos. Com estas e outras atitudes, o professor vai ganhar o respeito de seus alunos. Este respeito é uma porta aberta para, através do diálogo com os estudantes, buscar soluções adequadas para melhorar as condições de aula na escola.
    Professora Tatiana Ferla - Física

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  12. Respeito, diálogo e capacidade de se colocar no outro, entendendo e articulando um vinculo, colabora para clima menos conflituoso em sala de aula.

    Saibamos lidar e buscar aprender a ter uma sala de aula menos turbulenta.

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  13. A indisciplina, hoje, apresenta-se como um dos principais problemas de aprendizagem. Enquanto os alunos ditos "indisciplinados" não aprendem por não prestarem atenção, tem-se aqueles "não indisciplinados" que, também, não aprendem, mas por não conseguirem se concentrar, devido ao tumulto gerados pelos demais.
    Para falar de indisciplina, necessita-se partir da raiz do problema: O por quê da indisciplina?
    Possíveis respostas para esta pergunta serão elencadas a seguir:
    1) O aluno possui algum déficit de atenção causado por algum problema de saúde que deveria ser medicado e acompanhado por profissionais capacitados, mas por descaso ou desconhecimento da família, não é.
    2) O aluno não consegue compreender os conteúdos trabalhados em sala, por não ter os conhecimentos básicos necessários à continuidades dos estudos. Isso ocorre muito, devido ao ciclo básico e sua aprovação, praticamente, automática e a professores despreparados, como é o caso de professores das séries iniciais do ensino fundamental que lecionam a disciplina de matemática sem preparo. Assim, o aluno cansa de ouvir conteúdos que não entende e cansado de tentar entender, procura outras opções, sendo uma delas, a indisciplina.
    3) O aluno desconhece regras e limites necessários para a convivência em grupo, tendo atitudes, muitas vezes, incompatíveis com o ambiente escolar, tornando-se necessário que a escola interfira e, também, assuma este papel de ensinamento de regras.
    4) O aluno apresenta desvio de conduta e mesmo sendo acompanhado pela família e por profissionais capacitados não consegue seguir regras e respeitar os demais.
    O problema está em como o professor deve lidar com todas estas situações em sala de aula e a resposta é simples, não se consegue sozinho. Somente o professor não dá conta de resolver ou pelo minimizar tais situações. Para isso, se faz necessário um trabalho em conjunto realizado pela escola, pela família e pela comunidade. Todos tendo as mesmas atitudes frente aos desafios encontrados e, principalmente, se apoiando e não tentando encontrar culpados para o problema.
    No entanto, percebe-se que p trabalho em conjunto da escola, da família e da comunidade é muito difícil de acontecer em função das diversas atribuições que a vida moderna exige, tornando o tempo cada vez mais escasso. Mas, o importante é que, os alunos percebam que apesar da família e da comunidade não estarem presentes muito tempo na escola, eles estão em contato e compartilham os mesmos objetivos: a formação intelectual e moral dos alunos.
    Profª Débora

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  14. A indisciplina é um problema sério que estamos enfrentando no dia a dia em sala de aula(às vezes vemos até fora )para realizarmos nossa função que é "transmitir conhecimentos".Para isso acontecer temos muitas vezes que parar para chamar a atenção ,pedir por favor que prestem atenção no que estamos falando ,que se sentem e muitas outras situações incovinientes e que com isso lógico ,perdemos um bom tempo falando e tomando às vezes atitudes que nos foge do controle.Realmente não sei qual seria a melhor solução ,mas um bom começo seria "todos falarem a mesma língua" .
    Angélica .Profª de Matemática

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  15. No que se refere a indisciplina e como lidar com ela, acredito que temos que ter muito cuidado em como conduzimos a situação. Algumas atitudes e estratégias que alguns professores utilizam podem ser desastrosas. O famoso “bater de frente” com o aluno na minha opinião é o pior de todos, principalmente quando trata-se de adolescente. Como o texto diz, muitas vezes ser indisciplinado e até mal educado com o professor é sinônimo de ser “descolado”, portanto, dificilmente um aluno adolescente irá aceitar que o professor tenha a última palavra, e vai seguir discutindo para mostrar aos colegas que ele não aceita ser chamado atenção pelo professor. Por experiência própria ja percebi que chamar atenção individualmente, ir até a carteira e falar para o aluno “fulano, vamos colaborar…” ou algo assim, dá mais efeito do que gritar e até muitas vezes perder a razão perante a turma.
    Quando a indisciplina é generalizada e não se restringe a 2 ou 3 na turma já fica mais complicado, pois se o professor for falar com cada um separadamente durante a aula não sobrará tempo para mais nada. Acredito que nesses casos deve-se tentar diversas estratégias, como reunir esses alunos em outro momento para uma conversa, e também o mais importante é ganhar o respeito e a confiança da turma.
    Professor que chega tratando mal os alunos, como infelizmente muitas vezes acontece (`as vezes em motivo nenhum), fatalmente será odiado, e consequentemente os alunos farão de tudo para “sabotar” a aula dele. Não digo que temos que ser “colegas” dos alunos, cada um com a sua função e postura, mas pode-se tentar construir uma relação amistosa que ajudará na disciplina. Deve-se também ter muito cuidado com a postura, pois muita liberdade também pode gerar indisciplina. Já houve anos que tive aulas nas consideradas “piores turmas” e conseguia dar uma aula tranquila, e algumas vezes ouvir aqueles alunos ditos “líderes negativos” comentarem na hora de alguém começar a bagunça: “não zoa com essa professora, ela é gente boa com a gente”. Ser “gente boa” não significa é claro deixar que façam o que querem ,ou não ter autoridade, mas sim de vez em quando conseguir ser um pouco maleável, ter um olhar mais profundo diante de algum problema que o aluno possa estar enfrentando, saber conduzir alguma situação delicada, respeitando o aluno para que ele também entenda que deve respeitar o professor.
    Enfim, certamente o tema indisciplina é o mais complicado e delicado no que diz respeito a rotina escolar, pois não envolve apenas a escola e sim a realidade familiar, social, econômica que envolve cada aluno. Muitos certamente não concordarão com o ponto de vista que apresento aqui, mas cada tem o dever de escolher suas estratégias e perceber o que funcionará melhor em ada caso.

    Prof Carmen Cinthia

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  16. Nossos desafios perante a indisciplina escolar é imenso, pois este é um dos grandes problemas em todas as escolas brasileiras. Além disso, se a imagem social da escola está ameaçada, algo de ameaçador está acontecendo também com a idéia de cidadania no Brasil, uma vez que não há cidadania sustentável sem escola.
    A escola, a meu ver pode contribuir para a formação social, mas não deve ser a única neste processo; onde acredito que pais e comunidade devem participar ativamente.
    Profª Sandra Glací da Silva Costa.
    Téc. Adm.

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  17. Se há um lugar onde as pessoas trazem diferentes valores, experiências, conceitos e relações culturais...esse lugar é a escola. Muitas vezes estas diferenças podem causar instabilidade, dificultar relações e criar conflitos, ou seja, dar espaço para o que chamamos de indisciplina.
    Hoje a indisciplina é um dos maiores obstáculos pedagógicos . A falta de limites e regras por parte dos alunos tem sido apontada como a maior causa do baixo rendimento na aprendizagem.
    Atos de indisciplina costumam ter origem em um conjunto de causas diversas refletindo numa combinação complexa dessas causas(negligência dos pais, professores mal preparados, falta de interesse/perspectiva por parte do aluno, falta de suporte por parte dos órgãos governamentais para a melhoria da educação em todos os seus aspectos, etc).
    No entanto, enquanto educadora, noto que a desestrutura familiar é a principal causa da indisciplina escolar. Acredito que a maioria das escolas não consegue os resultados esperados para suas intervenções, principalmente por falta do apoio familiar. Vale lembrar também que o mundo mudou, “globalizou”e o acesso à informação e a comunicação estão muito mais rápidos. O professor precisa estar aberto ao dinamismo, ao diálogo, a novas propostas metodológicas e às intervenções dos alunos, sem perder, no entanto, seu prestígio frente aos educandos: o professor precisa buscar novos conhecimentos e estratégias. Deve ser visto como mediador .


    Profª Claudia Costa de Souza

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  18. "O Educador também lida com situações de alta periculosidade para sua saúde física, mental e emocional, então porque não ter procedimentos? Por quê entrar desavisadamente na sala de aula?"
    Escolhi esta parte do texto pois nos coloca como pessoas despreparadas para enfrentar, emocionalmente, grupos de crianças, jovens ou adolescentes. Isso não é tão simples assim uma vez que a formação para professores é muito diferente dos profissionais da súde, como nos coloca o texto. O médico ou o enfermeiro sabem que encontrarão situações complicadas, passam por treinamentos (residência e estágios), e mesmo assim muitos não conseguem desenvolver a parte humana.
    Por que nós professores, que não temos acompanhamento dos profissionais responsáveis pela nossa formação nas academias, temos que ter bola de cristal para sabermos das situações que enfrentaremos? A maioria sabe que, quando entramos pela primeira vez numa sala de aula, as equipes pedagógicas e administrativas das escolas esperam pessoas plenamente preparadas. Não há orientação e acompanhamento até porque cada escola tem uma orientação diferente. Nós aprendemos no dia-a-dia da sala de aula, aprendemos com o passar do tempo. O que serve para uma realidade não é válido para outra. Em muitos casos, nossa experiência, e que deu bons resultados numa situação, não é viável em outra. Há padronizações de atitudes exigidas dos professores que nem sempre é o melhor, uma vez que cada um tem perfil diferente.
    Por mais que no texto aponta que o professor não é o salvador, é o que muitos esperam de nós. Antes de mais nada é preciso perceber que o profissional da educação também tem seus conflitos, seus problemas e seus dilemas. E isso não há como deixar de fora das relações que ocorrem nas salas de aulas ou no convívio do espaço escolar. Também não há por parte de quem gerencia e administra a educação a preocupação com a saúde metal e emocional do professor; na maioria das vezes não se conhece a história familiar deste e julga-se muito fácilmente algumas de suas atitudes.
    O espaço escolar é um espaço de conflito, de aprendermos a lidar com as diferenças a fim de que elas não se tornem desigualdades. É essa a parte legal do processo de aprendizagem, seja escolar, emocional, pessoal, religiosa. É neste espaço, especialmente das escolas públicas, que nos contruimos enquanto pessoas pois os interesses são, muitas vezes antagônicos. E isso não ocorre quando um paciente procura um médico. Os dois estão querendo resolver a situação da doença. Há uma cumplicidade nessa busca. No espaço escolar isso não ocorre.
    Muitos médicos sabem que para melhorar a saúde física é preciso que a saúde mental também esteja bem. No espaço escolar isso não é levado em conta pois espera-se que o professor seja plenamente preparado para lidar com as emoções sem ser afetdo. E quem está? Aqui vale uma frase senso comum: "O professor também é gente."
    Por isso concordo com a prof. Débora. "O problema está em como o professor deve lidar com todas estas situações em sala de aula e a resposta é simples, não se consegue sozinho. Somente o professor não dá conta de resolver ou pelo minimizar tais situações. Para isso, se faz necessário um trabalho em conjunto realizado pela escola, pela família e pela comunidade. Todos tendo as mesmas atitudes frente aos desafios encontrados e, principalmente, se apoiando e não tentando encontrar culpados para o problema.
    No entanto, percebe-se que o trabalho em conjunto da escola, da família e da comunidade é muito difícil de acontecer em função das diversas atribuições que a vida moderna exige, tornando o tempo cada vez mais escasso. Mas, o importante é que, os alunos percebam que apesar da família e da comunidade não estarem presentes muito tempo na escola, eles estão em contato e compartilham os mesmos objetivos: a formação intelectual e moral dos alunos."
    Há mais motivos para a indisciplina do que imagina nossa vã filosofia educacional. Afinal quem está preparado para enfrentar tudo na vida?
    Abraços:
    Profª Salvina

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    1. Concordo Salvina,
      nós professores ficamos perdidos no meio de tantas regras, tantas diferenças, tantas mudanças, onde contamos na sala de aula somente com nós mesmos, pois poucos se preocupam com nossa saúde mental, por isso tantos professores estão tendo que sair de sala, tomando medicamento, pois estamos na frente recebemos tudo, tanto o lado bom que é pouco, como o lado ruim. E cada vez mais ficamos angustiados sem saber como agira
      Aline - Química

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  19. PRIMEIRA PARTE:


    Concordo com a profª Cláudia, a escola é um espaço aberto às diversidades e conteúdos culturais que se entrecruzam. Lidar com as diferenças e diferentes modos de ver o mundo é uma experiência enriquecedora e deveria ser cada vez incentivada pelos professores e comunidade escolar. Porém o que presenciamos, muitas vezes, é a intolerância ao outro e às suas escolhas, o que pode levar ao comportamento desviante e indisciplinado.
    Outro aspecto a considerar é a reafirmação da identidade por parte dos jovens, que ao contrariar as regras e normas, erroneamente acredita que afirma a si mesmo. Ele se esquece que a construção da personalidade e identidade é feita não em base da agressão, mas sim da cooperação. Isso sim é cidadania e era assim que os antigos Gregos entendiam como o objetivo da vida pública. Nesses termos percebemos uma ausência da consciência daquilo que é público e privado. Vemos a todo momento ações de desrespeito aos bens públicos e principalmente aqueles pertencentes à escola, como carteiras, lixeiras, quadros e etc. Quantas vezes nós professores não perguntamos aos alunos, quando depredam os bens escolares, se eles fazem o mesmo em casa? Creio que a maioria de nós já perguntou isso. O problema passa mais uma vez pela educação doméstica, que apesar de informal deveria incentivar a preservação e cuidado do meio ambiente natural e social.
    Então, os pais são chamados a trabalhar em conjunto para a formação e educação do indivíduo quanto ao seu comportamento junto ao seu pequeno grupo de amigos, seu grupo escolar e familiar. Os educandos e suas famílias devem entender que o trinômio família/escola/sociedade é um contínuo e constante movimento, onde a responsabilidade por nossos atos deve ser a regra dominante. No meu cotidiano escolar, procuro combater a ideia amplamente difundida entre os jovens do "não dá nada!" Com um mínimo conhecimento de física bastaria para entender que para "toda ação há uma reação igual e em sentido contrário", como já dizia Newton. Assim como é na ciência é na vida. Nossas ações não são destituídas de reações, que podem sem positivas ou não. Creio que não se dá ênfase suficiente nos conteúdos que o jovem já trás de sua formação moral e ética. Estamos tão preocupados e ocupados em vencer os conteúdos formais da educação que perdemos a oportunidade de conhecer aquilo que ele acredita ser certo ou não. Se faz necessária um educação moral voltada para a cidadania e respeito aos profissionais que estão no papel social de mediadores e transmissores do conhecimento acumulado ao longo de gerações precedentes.
    FIM DA 1ª PARTE

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  20. 2ª parte


    O comportamento em sala reflete e nos remete ao comportamento em sociedade. O grupo se torna tão importante quanto o indivíduo. Entretanto como já foi citado, a mídia está a todo momento mostrando conceitos e imagens que reafirmam um culto ao ego e ao individualismo, como se isso fosse a meta e objetivo da vida, ou seja, se dar bem não importa como. É uma pena que Maquiavel seja aqui lembrado pelos "fins que justificam os meios". Que valores estamos passando e quanta força terá a escola para fazer frente aos apelos de uma sociedade que valoriza o consumismo e egolatria dos Big Brothers acima de tudo? Estamos formando cidadãos ou apenas mão de obra para o mercado de trabalho? Vivemos como dizia o sociólogo Bauman, numa sociedade líquida onde o conceito de Deus parece não ter espaço. Não apenas dentro dos conceitos religiosos, pois a sociedade é laica, mas se nada é mais sagrado, tudo é permitido. A moral se torna subjetiva e escrava dos interesses particulares. Como exigir disciplina em um mundo onde o "fazer o que tenho vontade" se tornou o norteamento de nossas ações?
    Para compreendermos o fenômeno da indisciplina devemos envolver a comunidade escolar, família e algumas instituições sociais na discussão. As maiores transgressões não são feitas por pessoas ignorantes e sem estudo. São feitas por pessoas de uma grande inteligência e perspicácia. Alguns alunos indisciplinados não aceitam a disciplina escolar ou as regras que o professor impõe em sala de aula, não por falta de inteligência, mas por falta de consciência moral. De onde ele vai tirar os referencias de comportamento? Muitas vezes daquelas personalidades que aparentemente passam a ideia de "terem moral". Ter moral é diferente de "ser moral". Ser moral é agir em função da maior regra que já foi criada, ou seja, "fazer ao outro o que gostaria de receber para si mesmo".
    Espero ter contribuído com os colegas e desejo um bom final de semana e a continuidade de um bom trabalho a todos.

    Profº Marcos Antonio Gomes

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  21. 1) A indisciplina é um dos principais problemas enfrentados pelo professor na sala de aula, interfere negativamente no aproveitamento dos alunos e causa insatisfação entre outros que desejam prestar atenção nas aulas. Diante da indisciplina de alguns alunos o professor se sente de braços atados, pois pouco pode fazer para resolver o problema, a não ser dialogar com eles procurando identificar as causas da indisciplina. Se a causa for a aula, devemos tentar modifica-la para que se torne mais atrativa, objetivando melhorar as condições de aprendizado.
    2) O assunto abordado tem importância relevante, pois a indisciplina na escola tem aumentado muito ultimamente.
    Professor : Elias

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  22. Não há dúvida de que o texto é questionador. No entanto, é preciso ter consciência de que o processo educacional passa pela filosofia e procedimentos norteadores da modernidade em que estamos inseridos. As transformações rápidas e profundas de nosso tempo desnorteiam-nos. O que fazer e por onde começar? Esse questionamento exige a participação efetiva daqueles que estão em contato com a realidade escolar cotidiana. O poder político e suas ramificações, passando pela educacional, precisam antes entender esse momento e ouvir permanentemente os mestres, antes de impor teorias não mais ajustadas ao contexto moderno.
    As doutrinas pedagógicas não são panacéia para os procedimentos educacionais intrincados que vivenciamos. Nosso mundo é outro e não se pode mais ajustá-lo pura e simplesmente às teorias psicopedagógicas de autores renovados e de anos passados. É preciso evitar os ajustamentos simplificadores às doutrinas pedagógicas. Elas é que agora devem ajustar-se ao papel dinâmico de uma sociedade desafiadora, nunca vista antes. Portanto, como ajustá-las aos desafios atuais?
    Face aos desafios propostos aos pedagogos e professores, proponho-me uma pratica pedagógica voltada para a reflexão, a partir do próprio aluno. É um processo lento, mas capaz de produzir a consciência. Para isso, o Estado precisa entendê-lo para tornar os procedimentos educacionais mais efetivos e eficientes. Diante das dificuldades naturais, o melhor método pode ser aquele que propõe a pedagogia da ternura, da compreensão e da proximidade no contato com a história de vida de cada aluno. É um desafio possível: menos gritos e penalizações, mais perspicácia e muito afeto.

    José Melquíades Ursi
    Filosofia e Sociologia

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  23. O consumismo de mercado, a meu ver, produz efeitos negativos ainda maiores que programas permissivos, mencionados no texto. A negligência dos pais não se reduz especialmente à permissividade, pois esta provoca discussão sobre hierarquia de valores. Ou seja, o que é permissivo? O que é permissivo para alguém pode não ser para um outro. O grande problema situa-se numa sociedade consumista extremado e compulsivo, quando perdemos o controle sobre o que queremos.

    A mídia estimula o consumo como valor maior. Essa propaganda agrava distorções educacionais quando a oferta abarca produtos atrativos, renovados numa velocidade estonteante, para vender mais e mais. O celular, por exemplo, que tanto incomoda na sala de aula, ganha designs e recursos novos num piscar de olhos. E aí e preciso prestar atenção neles e trocá-lo por sugestão. Um valor de consumo especializado sucedendo e sobrepondo-se ao anterior. As marcas do que se deve usar anula tudo aquilo que se usa como meio e não como fim para nos sentir aceitos, melhores e mais ajustados nos grupos sociais em que transitamos. Essa também é uma forma de parecermos melhor, mais aptos, mais valorizados, o que nos faz desrespeitar ainda mais os diferentes. Excluímos pessoas pelo simples fato de que elas não possuem produtos tão sofisticados e das “roupas da moda”, como os nossos. Essa concepção e a prática de consumismo compulsivo segregam e são geradoras de conflitos percebidos ou não dentro da comunidade escolar. Isso se define como indisciplina radical. A indisciplina é consumista, pois ela deteriora a capacidade autônoma de escolher e decidir. Portanto, para mim não há disciplina sem opção à margem das sugestões de mercado. Esse me parece o grande viés da educação atual, ainda não observado convenientemente.

    Nesse caso, como contar com a colaboração dos pais se eles próprios deixaram-se contaminar pela inversão de valores provocada pelo consumismo sem eira nem beira? A sociedade torna-se mais individualista quando olha preferencialmente para a marca do sapato que calça do que para o destino humano das pessoas, para fatores que levam de fato a uma vida menos ansiosa e mais pacífica e equilibrada. Assim também se segrega. A inversão de valores, por tais circunstâncias, medra a falta de companheirismo, o desrespeito aos diferentes. Daí que cada um de nós estrebucha para assumir posturas capazes de responder às necessidades propostas pelo consumo. Muitas vezes não mais somos nós, mas apenas o consumo. Nossos alunos não fogem disso desse valor, hoje quase supremo.

    Dentro desse contexto, o poder do estado e seu sistema educacional também contaminado tornam-se incapazes de entender e administrar a essência do processo educacional, pela necessidade urgente de investimentos no sentido de fazer a escola preparar para a vida, para o equilíbrio, para a descontração e não apenas para a produção de profissionais voltados para o mercado. Sem entender esse processo gera-se uma pedagogia eivada de psicologismo padrão, incapaz de compreender as circunstâncias históricas de cada vida, de cada educando e o contexto em que se dão.

    José Melquíades Ursi
    Filosofia e Sociologia

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  24. Essa análise, no entanto, não pode servir como desculpa para submeter-nos à impotência diante do desafio proposto pela educação. Há necessidade de detectar as distorções e propor formas novas de vivenciar valores não compráveis e submetidos ao consumo. É um desafio não enfrentado antes dessa era de modernidade altamente tecnológica e mecanizada.

    Diante dessas considerações desafiadoras há que buscarmos, como educadores, o discernimento indispensável para entender que só a atenção, o exemplo, a ternura e a competência suprirão as necessidades mais urgentes dos alunos, relegadas a plano inferior numa sociedade de Diante desse quadro, mais parece que os alunos pedem-nos socorro. Quase que nos perguntam: de que vale toda essa sofisticação de consumo se não mais sei quem sou e para onde quero me dirigir? A agressividade na competição pelo consumo nada mais é que um disfarce e, no fundo, um pedido de socorro.

    Diante disso, todas as estratégicas didático-pedagógicas que adotadas, por mais inteligentes ou eficientes que possam parecer, serão relegadas ao desprezo sempre que não pudermos evidenciar que o objetivo da vida é a de equilibrar valores e distribuir harmonia entre os seres humanos. Não deveríamos educar para estimular comparações entre iguais, mas para evitá-las, em nome da harmonia solidária.

    José Melquíades Ursi
    Filosofia e Sociologia

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  25. Boa tarde, colegas professores, realmente o assunto indisciplina na escola na escola, é tão importante, que quem deveria estar assim, puxando o tema devia ser o presidente da república, o ministro da educação, o governador de estado, o secretário de educação,mas eles tem problemas maiores para resolver como os “Carlinhos Cachoeiras” da vida, então sobrou para o super-herói da educação brasileira o “Professor”, claro ,pois é ele que além da sua missão de transmitir conhecimento,civilidade,moral,ética,cidadania para os alunos,ainda tem que ser capaz de controlar 40 ou mais pré adolescentes, adolescentes e alguns adultos, numa sala de aula. Que trazem as vezes de dentro da própria casa e da rua, toda essa indisciplina que vemos todos os dias.

    Quero comigo, que sozinho esse super-herói não terá exito, ou fará com o texto disse “faz de conta que não está vendo a indisciplina” e vai tocando o barco do jeito que dá.

    Para mim ainda, este problema podia ser em muito amenizado pela família, mas as famílias de hoje, não todas claro, estão tão cheias de problemas, que deixaram para a escola a missão de educar seus filhos, a maioria das famílias de hoje, não são mais como as de antigamente, que depois de pai e mãe, a figura do educador era a mais respeitada.

    Mas que esperar de famílias desajustadas? Vemos a preocupação da família pela educação dos seus filhos, pelas reuniões de pais nas escolas, vem um outro ou outro, e quando vem são os pais dos alunos com bom comportamento e notas.

    Fora algumas famílias “desajustadas” ,nossa sociedade (midia) atual também não colabora com a formação dos nossos jovens, os valores morais e de educação não são mostrados,pois não dá ibope.

    E sem falar também de alguns itens da modernidade (celular) que cresce muito rápido, e hoje é o inimigo número um dos professores em sala de aula, pois quando não estão ouvindo algo no celular (não me atrevo a dizer que é música) estão acessando a internet nas ditas redes sociais.

    E realmente o problema de indisciplina interfere sim em minhas aulas, e não só nas minhas dos meus colegas também.

    E o assunto com certeza tem que ser mais debatido, mas repetindo esse super-herói da educação, sozinho não conseguir, pois também ele tem seus problemas para resolver.

    À disposição

    Vilmar Marques / Professor de Administração

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  26. Pela experiência em educação adquirida em anos de prática, posso comentar que o texto acima foi muito bem elaborado, porém, entendo que o trabalho de educador se modificou com o passar dos anos e com a evolução das famílias.
    Voltando um pouco no tempo, vamos notar que as famílias eram mais numerosas e não podiam contar com a interferência das mídias sociais que hoje tão facilmente nos apresentam cenas de violência e desrespeito como uma forma banal no dia a dia das famílias.
    Nos dias atuais, a indisciplina é encarada com naturalidade entre as pessoas, digo isto incluindo família, equipe pedagógica e até mesmo educadores como eu.
    Voltando novamente a anos anteriores, é possível notar que alguns eventos familiares sempre eram valorizados, tais como almoço e jantar sempre contando com todos os membros.
    Os pais, eram vistos como modelos de respeito e educação a serem seguidos e certamente merecedores de todo orgulho por terem criados filhos que transmitem a altura a educação recebida.
    Basta apenas uma pequena viagem ao tempo para perceber que estes valores não são mais mantidos. Atualmente a necessidade de se trabalhar longe causa ausência dos pais e consequentemente perde-se uma grande balizador de caráter e respeito.
    Buscando a fuga em mídias sociais é possível notar que os jovens tem fácil acesso a filmes de muita violência, lembrando que a própria violência virou um divertimento através de jogos de RPG e internet.
    Acredito que a solução para inverter esta situação será através do resgates de valores ocultos atualmente. A gentileza que a tempos está extinta deverá de ser novamente resgatadas entre os três principais pilares que circulam os jovens, que são: Família, Equipe Pedagógica e Educadores.
    Se no dia a dia do aluno, estes três pilares se demonstrarem com a mesma disposição de resgatar o valor e respeito de uma boa educação, certamente o jovem irá sentir-se inclinado a se adaptar em seu ambiente, o que trará muitos frutos para todos os envolvidos e principalmente para o próprio aluno que poderá usufruir de toda a estrutura montada visando o seu aprendizado e sua formação como pessoa.
    Prof. Graziella - Português

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  27. Atualmente, a forma como está posta a educação leva o aluno a não ter o conhecimento como prioridade. As políticas públicas nesta área visa, somente, aumentar a escolaridade do aluno em detrimento da aprendizagem.

    Os alunos frequentam a sala de aula sem um mínimo de conhecimento prévio. Muitas vezes não conseguem compreender o que esta se trabalhando. Com isso, torna-se difícil ao professor dar continuidade aos assuntos já programados de forma agradável, mesmo mudando as estratégias. Neste sentido, muitas vezes isso gera a indisciplina. O professor até consegue fazer com que o aluno fique em silêncio. Mas, não significa que a partir desta atitude esta se apropriando do conteúdo.

    Acredito que exista uma fórmula, uma solução pronta para resolver esse tipo de impasse. No entanto, isso deve acontecer em um esforço conjunto envolvendo toda a comunidade escolar. Mas, como, normalmente a escola não consegue fazer essa articulação, pois, não depende só dela, situações já mencionadas no texto se repetem. São exemplos, gritar, advertir e enviá-los para Coordenação. Essas atitudes não solucionam os problemas. Acho, também, um desrespeito ao próprio professor, pois, em certa medida extrapola os seus limites físicos e psicológicos.

    Por isso, concordo que é necessário levar em conta a faixa etária e as mudanças de estratégias. Mas, mais do que a parcela do professor, é preciso a parcela dos órgãos públicos respaldando-o e cobrando-o com o objetivo de contribuir na melhoria do ensino como um todo.

    Joceli Tomio Arantes / História

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  28. Penso que nós, educadores, precisamos sim elaborar estratégias para, como diz o texto “minimizar, contornar ou corrigir uma situação”. E o motivo é justamente para proteger nossa saúde e conseguir fazer um trabalho bem feito. Os alunos pedem limites. Acredito que quando se exige pouco, eles fazem menos ainda. E o pior, não valorizam. Devemos tentar conquista-los, ouvi-los, procurar sempre o diálogo como primeira alternativa, mas sem abolir regras de conduta, sem abrir mão do respeito e agir com firmeza quando a situação exigir. Claro que esse é um esforço contínuo e conjunto. Não adianta o professor ter essa postura se em casa não tiver o apoio necessário.
    Agora, discordo quando se atrela a indisciplina com ausência de uma metodologia ou conteúdo interessante em sala de aula. Eu, como professora de matemática, creio que só posso dizer que meu aluno aprendeu alguma coisa quando souber calcular, realizar operações para resolver problemas. Nesse sentido, procuramos sim mostrar algo interessante, mas acho que esse não deve ser o principal foco. Afinal de contas, minha tarefa é ampliar o conhecimento e o universo do aluno e não só abordar questões que ele acha interessante. O bom aluno sempre tem interesse em aprender, quem age com indisciplina é por falta de educação e não porque gostaria que as aulas fossem diferentes.

    Professora Luciane Batista - Matemática

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  29. Segundo o Dicionário Aurélio , Indisciplina- procedimento , ato ou dito contrário á disciplina, desobediência, desordem , rebelião...

    Realmente ,a indisciplina , tem afetado a aprendizagem , sabemos que o professor dentro da escola , tem um papel vital , pois precisa estar atento para a preparação dos alunos de forma total , para que possa ser um cidadão ativo e pensante. Não podemos deixar de ter como foco em nosso trabalho o Ser Humano , mas está muito difícil , realizar nosso trabalho , diante da “geração tecnológica” que não vê a importância da formação intelectual. Estamos diante de uma geração preocupante , de um lado um professor que por escolha de profissão , quer ensinar , de outro, uma grande parte de educandos desanimados , descontentes, indisciplinados , e que se recusam a estudar ... Sinceramente , eu como profissional da Educação , me surpreendo cada vez mais , de como há inversões de valores , e do quanto tenho buscado dar o meu melhor em sala de aula , porém nem sempre com resultado satisfatório.

    Rosicleia

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  30. A diferença entre aluno real e aluno ideal:

    “A maneira como cada um de nós ensina está diretamente dependente daquilo que somos como pessoa quando exercemos o ensino”. Nóvoa, 1992

    O aluno ideal, que todo professor gostaria de ter sentado à sua frente na sala de aula, tem a idade compatível com a série frequentada. Recebeu, em casa, uma educação esmerada. Seus pais fazem questão de manter o diálogo franco e aberto, de responder aos questionamentos do jovem, de orientá-lo na solução de seus problemas. Seus pais são adultos maduros e responsáveis, honestos, fazem questão de valorizar em casa tudo o que se valoriza na escola, para que o jovem não sinta diferença entre o ambiente doméstico e o escolar.
    Enquanto que o aluno real faz parte da atual família brasileira. Nem sempre tem o pai presente (muitas vezes, está numa clínica de recuperação ou numa penitenciária). A mãe, se está empregada, tem subemprego e nunca está presente para orientá-lo em suas dúvidas. Essas ele resolve na rua com os colegas. A prioridade da mãe é a sobrevivência: sua e dos 4 ou 5 filhos – aluguel, alimentação, vestuário, transporte. Ele vai à escola na maioria das vezes porque é obrigado – sua mãe depende das bolsas-auxílio a que tem direito porque é aluno – ou tem que se entender com o Conselho Tutelar, caso se configure que a criança/jovem está fora da escola. O aluno real não se importa em “construir um conhecimento acadêmico”. Ele nem sabe para que serve isso. Ele simplesmente vai à escola.
    Em síntese, se agregarmos o aluno real + a falta de planejamento de aulas + a falta do nosso planejamento bimestral em mãos e bem organizado tudo isso é = a tão falada INDISCIPLINA.
    Enquanto, não temos em nossa sala de aula muitos alunos ideais como gostaríamos, vamos nos esforçar e não desistir daqueles alunos que graças a Deus ainda querem estudar e realmente são os nossos alunos.
    Acredito que a escola precisa criar, urgentemente, possibilidades para alunos reais, resgatar a cultura latente, produzir o desafio de criar conexões significativas para ESSE aluno. Mas vamos salvar nossos alunos reais porque os ideais serão salvos por si mesmo.

    HTTP://pedagogicamenteblogando.blogspot.com/2009.

    Rosalia Wieleski / Inglês

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  31. É muito estressante lidar com a ansiedade de ter de enfrentar, todos os dias, uma turma que você não está certa de poder controlar. O que, de fato, é realmente frustrante nesta situação é: ter responsabilidades a cumprir e não ter as devidas ferramentas para fazer isso.

    Alguns alunos não sabem o que estão fazendo na escola, outros sabem bem o que querem fazer na escola, nada! O mais triste é você preparar uma aula diferente pensando em agradar aos que não se interessam por nada, e ele simplesmente ficar com o celular encima da carteira. Quando o professor pede gentilmente para que o aluno guarde o objeto em sua mala, o mesmo lhe olha com um olhar de fúria e responde de forma ignorante – “Que saco professora, você é muito chata”. Afinal onde estamos, numa sala de aula ou numa praça de alimentação de um shopping para tomar um lanche e conversar com amigos virtuais e amigos reais? Acredito que se nenhuma medida for tomada com relação ao celular, minha próxima medida será enviar os conteúdos a serem estudados por mensagem de celular, talvez desta forma consiga uma comunicação com alguns alunos que não estão mais vivendo no mundo real e sim no virtual.

    Boa Noite

    Profª Edimara / Língua Portuguesa

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    1. A indisciplina é apenas uma pequena parte a amostra de um grande iceberg que esconde sua totalidade abaixo do nível d'água.É óbvio que o corpo docente tem sua responsabilidade e deve assumí-la nos diferentes aspectos abordados no texto. O que não podemos deixar de lembrar é que o conceito de disciplina é bastante amplo, sendo construído no decorrer da história pessoal de cada indivíduo, muitas vezes o que é permitido num contexto, em outro não o é. Dessa forma deve sempre haver um consenso e bom esclarecimento da instituição escolar sobe suas normas e sansões previstas.Outrossim, todos os setores da instituição escolar devem agir como um todo equilibrado em relação aos três "cs" da disciplina: constâcia, coerência e consequência.

      Professor Carlos Matalon - Educação Física.

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  32. A indisciplina é o desrespeito aos colegas e funcionarios e isso gera um desconforto muito grande não só ao profissional, mas também aos outros alunos. Cabe ao profissional um preparo muito grande para que isso não venha acontecer e estar bem preparado para transmitir o conhecimento. O aluno percebe quando isso nao ocorre, ele sabe quando o profissional apenas enrola. O aluno não tendo o que fazer, parte pra algazarra, ele necessita estar ocupado com suas atividades os 50 min.Também devemos envolver a família no desempenho escolar do filho, trazê-la para a escola e deixá-la ciente do cotidiano do filho. Acredito que em conjunto ESCOLA/FAMILIA tudo fica mais fácil.

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