segunda-feira, 6 de abril de 2015

ENCAMINHAMENTO METODOLÓGICO DE GEOGRAFIA

Partindo do conhecimento adquirido do aluno proporcionar uma visão local, regional e global das transformações do espaço geográfico. Com esse entendimento o aluno terá condições de notar as semelhanças e diferenças dos lugares permitindo compreender o significado da cidadania e assim exercitando seu direito de intervir na organização espacial.
Proporcionar meios para que o aluno compreenda que o espaço geográfico é dinâmico e, as ações antrópicas interferem nesse meio, ou seja, todo o indivíduo é um agente transformador da paisagem geográfica.
O encaminhamento metodológico está pautado em propostas que desafiam o aluno a se posicionar diante de situações que remetem a fatos em evidência no mundo atual, no intuito de fazê-lo compreender as transformações ocorridas no ambiente e na sociedade durante a ocupação do espaço.
Os instrumentos são geralmente aplicados por meio de seminários, aulas de campo, pesquisas, relatórios, construção de mapas ou fotos que bem elaboradas, contribuem para a consolidação do conhecimento.
A metodologia de ensino proposto na Diretriz deve permitir que os alunos se apropriem dos conceitos fundamentais da Geografia e compreendam o processo de produção e transformação do espaço geográfico. Para isso os conteúdos devem ser trabalhados de forma crítica e dinâmica, interligados com a realidade próxima e distante dos alunos, em coerência com os fundamentos teóricos.
O processo de apropriação e construção dos conceitos fundamentais do conhecimento geográfico se dá a partir da intervenção intencional própria do ato docente, mediante um planejamento que articule a abordagem dos conteúdos com a avaliação (CAVALCANTI, 1998). No ensino de Geografia, tal abordagem deve considerar o conhecimento espacial prévio dos alunos para relacioná-lo ao conhecimento científico no sentido de superar o senso comum.
Ao invés de simplesmente apresentar o conteúdo que será trabalhado, recomenda-se que o professor crie uma situação problema, instigante e provocativa. Essa problematização inicial tem por objetivo mobilizar o aluno para o conhecimento. Por isso, deve se constituir de questões que estimulem o raciocínio, a reflexão e a crítica, de modo que se torne sujeito do seu processo de aprendizagem (VASCONCELOS, 1993).
 A Análise de situações-problemas objetivam o exercício do raciocínio crítico e geográfico. As atividades envolvendo os  conteúdos estruturantes serão problematizadas e desenvolverão polemicas, propiciando o desenvolvimento da criatividade, utilizando a cartografia como ferramenta essencial. Criar momentos de reflexão e provocação sobre o objeto de estudo com intenção de aprimorar e diminuir a distancia entre objetivos e conteúdos, respeitando as diferentes realidades.
O professor deve ser mediador, desafiador e questionador levando o aluno a um trabalho cada vez mais autônomo. Além disso, os educandos devem estar aptos a analisar, sintetizar e correlacionar informações de naturezas diversas.
O desenvolvimento do estudo da Geografia deve envolver momentos de reflexão, de resgate do conhecimento, levantamento de hipóteses, valorização do saber e da realidade.
Os recursos áudio visuais são importantes para uma aprendizagem significativa e ajudar o professor a dinamizar seu trabalho, tornando as aulas prazerosas, com informações, discussões e sondagens diversificadas, permitindo desenvolver fatos, conceitos, procedimentos e atitudes. É necessário que esses recursos sejam colocados sob suspeita, evitando seu status de verdade, e que os olhares e abordagens dados aos lugares e aos conteúdos geográficos sejam questionados pelo professor e pelos alunos (BARBOSA, 1999).
O uso de imagens não animadas (fotografias, posters, slides, cartões postais, outdoors, entre outras) como recurso didático, pode auxiliar o trabalho com a formação de conceitos geográficos, diferenciando paisagem de espaço e, dependendo da abordagem dada ao conteúdo, desenvolver os conceitos de região, território e lugar. Para isso, a imagem será ponto de partida para atividades de sua observação e descrição. Feita essa identificação, o professor e os alunos devem partir para pesquisas que investiguem: Onde? Por que esse lugar é assim? Enfim, propõem-se pesquisas que levantem os aspectos históricos, econômicos, sociais, culturais, naturais da paisagem/espaço em estudo.
Compreendida a historicidade e os sistemas de ações que constituem uma paisagem, ela passa a ser concebida como espaço geográfico (CASTELLANI, 1999).
A cartografia como linguagem, é fundamental, pois permite ao aluno visualizar os fenômenos e os processos naturais e culturais, identificando suas dimensões aproximadas e sua localização no espaço terrestre.
O desenvolvimento dos métodos integrados é indispensável para ampliar os conhecimentos dos alunos e torná-los cientes de que os saberes científicos constituem, na realidade, um todo.
Propõe-se que os mapas e seus conteúdos sejam lidos pelos estudantes como se fossem textos, passíveis de interpretação, problematização e análise crítica. Também, que jamais sejam meros instrumentos de localização dos eventos e acidentes geográficos, pois, ao final do Ensino Médio, espera-se que os alunos sejam capazes, por exemplo, de “correlacionar duas cartas simples, ler uma carta regional simples, [...] saber levantar hipóteses reais sobre a origem de uma paisagem, analisar uma carta temática que apresenta vários fenômenos” (SIMIELLI, 1999, p. 104).
A literatura, por sua vez, pode ser entendida como uma representação social condicionada a certos períodos históricos e utilizada, no ensino de Geografia, como instrumento de análise e confronto com outros contextos históricos. Além disso, facilita abordagens pedagógicas interdisciplinares.
A literatura, em seus diversos gêneros, pode ser instrumento mediador para a compreensão dos processos de produção e organização espacial; dos conceitos fundamentais à abordagem geográfica e, também, instrumento de problematização dos conteúdos (BASTOS, 1998).
Nessa intervenção docente, ganha destaque a relação dialética entre a obra, ou parte dela, e as concepções cotidianas dos alunos sobre o tema tratado. Ao trabalhar com literatura, o professor deve pautar a abordagem geográfica às possibilidades oferecidas pela obra considerando a adequação da linguagem à etapa de escolarização dos alunos.
A aula de campo é um importante encaminhamento metodológico para analisar a área em estudo (urbana ou rural), de modo que o aluno poderá diferenciar, por exemplo, paisagem de espaço geográfico. Parte-se de uma realidade local bem delimitada para investigar a sua constituição histórica e realizar comparações com os outros lugares, próximos ou distantes. Assim, a aula de campo jamais será apenas um passeio, porque terá importante papel pedagógico no ensino de Geografia.
A aula de campo abre, ainda, possibilidades de desenvolver múltiplas atividades práticas, tais como: consultas bibliográficas (livros e periódicos), análise de fotos antigas, interpretação de mapas, entrevistas com moradores, elaboração de maquetes, murais, etc. (NIDELCOFF, 1986).


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QUESTÃO 1
Após a leitura do item “Encaminhamento Metodológico” constante na Proposta Pedagógica Curricular da sua disciplina, pontue, a partir do mencionado nesse item, o que faz parte da sua rotina em sala de aula e o que não faz, explicando as razões.

QUESTÃO 2
O que precisa ser alterado / modificado para fins de atualização nesse item da Proposta Pedagógica Curricular de sua disciplina? Explicite o que precisa ser aprofundado de modo a expressar a realidade e almejar o alcance da concepção da disciplina.

9 comentários:

  1. Questão I
    No meu trabalho didático, procuro sempre relacionar o conteúdo desenvolvido, á realidade social do educando. Portanto, o aluno é inserido no contexto, proporcionando questionamentos, críticas e interações. Isso promove a construção do conhecimento.
    A contextualização é essencial, pois situa o aluno no espaço histórico, permitindo que relacione, questione, as transformações do espaço geográfico.
    Na minha rotina em sala, sempre levanto situações polêmicas, provocando a curiosidade e a reflexão.
    Atualmente não faz parte da minha rotina as aulas de campo. Isso se deve a falta de incentivo, recursos, transporte. É muita responsabilidade com a segurança dos alunos.
    Questão II
    Na minha concepção, trabalhar mais a Geografia Regional. A partir da formação geográfica espacial do bairro, município e da sua cidade. O objetivo é que o educando, seja capaz de compreender o espaço geográfico local, instrumentalizando para atuar na construção consciente desse espaço. Com isso o aluno desenvolve o censo de cidadania. Professor: Budel

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    1. Concordo plenamente com você professor Budel em relação as dificuldades da aula de campo devido a grande responsabilidade com os alunos, transporte, recursos etc.

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    2. Prof. Budel,
      Excelente contribuição para se pensar a Geografia e a transformação do espaço geográfico. Muito interessante pensarmos na Geografia regional e seria uma demanda para cursos ofertados pela mantenedora. Fiquei curiosa em saber, como tem se dado o trabalho com a linguagem cartográfica.
      Abraço,
      Ped. Michele.

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  2. Questão 1
    Os instrumentos que utilizo no meu trabalho didático que demonstra um bom aprendizado são os áudios visuais. Os alunos se interessam mais quando a aula é acompanhada com exemplos de vídeos ou imagens. A aula apresenta um bom rendimento e ganha muito em dinâmica.
    A cartografia na Geografia é fundamental para a localização do aluno no espaço geográfico, utilizo com muita frequência construção de mapas temáticos, e trabalhos bimestrais, dando mais atenção para o espaço local.
    A literatura uso constantemente em sala de aula para expor as principais ideias da disciplina junto com os alunos. É o momento de tirar muitas duvidas e criar um debate com questões próximas a sua realidade, onde todos participam da leitura, debate ou esclarecendo suas duvidas.
    Não utilizo saída de campo devido a grande responsabilidade e dificuldades para conduzir essa atividade, principalmente as series que leciono (6° e 7° anos).
    Questão 2
    Penso que a geografia precisa ter um significado com o cotidiano vivenciado pelo aluno, criando uma relação mais próxima da disciplina com o seu mundo (lugar).

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  3. Normalmente utilizo todos os recursos possíveis em sala de aula para ilustrar os temas propostos no planejamento. Concordo com o autor do texto que o uso de mapas e imagens é fundamental importância. A visualização agrega possibilidades de desenvolvimento e criatividade dos alunos e a construção de conhecimento de formas distintas. É interessante também que o professor estimule os alunos à pesquisa, sobretudo na internet. Sempre indico aos alunos que busquem informações no Google ou em outras fontes e organizo para que isso seja cobrado nas aulas seguintes e ocorra uma interatividade ou até mesmo uma pequena discussão sobre o tema. Nesse sentido aos poucos vamos solidificando a concepção exposta no texto de que “todo o indivíduo é um agente transformador da paisagem geográfica”. Adicionamos a isso nossa capacidade de fazê-los pensar criticamente. Temos a liderança e a autonomia na sala de aula. Temos sempre os alunos em nossas mãos. Somos os agentes, os mediadores e construtores, basta por em prática tudo isso.
    II
    Na verdade as mudanças devem ser permanentes. Nós sempre corremos o risco de nos acomodarmos com determinadas estratégias já experimentadas e utilizadas. Mas sabemos que a realidade escolar é multicultural e o universo dos alunos atualmente é muito diferente de anos anteriores devido ao grande acesso as redes de comunicação. Por isso o professor deverá atualizar-se sempre, buscar novas estratégias, propor novas formas e de trabalho, aproveitar as propostas de trabalho que acompanham os autores dos livros didáticos. Temos que inovar e ousar sempre.

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  4. Professores,
    As contribuições estão ótimas! Aguardamos mais participações.
    Abraço,
    Ped. Michele.

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  5. Os recursos didáticos que utilizo em sala de aula são o uso de imagens que permite a melhor identificação e o entendimento do tema abordado, a cartografia que considero fundamental para a disciplina pois permite o melhor entendimento e a analise de dados sobre o tema proposto. Até o momento não utilizei as aulas de campo, pois é preciso amadurecer a idéia para que seja proveitosa e útil.
    II
    É preciso atualizar o modo de trabalho acompanhando o desenvolvimento do aluno em relação a tecnologia. A geografia permite trabalhar um conteúdo de diversas formas, porém pode ser mais eficiente e interessante com recursos modernos.

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    1. Olá profª Micheli,
      Excelente contribuição quanto ao trabalho pedagógico desenvolvido em sala de aula. Respondeu a minha indagação quanto ao trabalho com a linguagem cartográfica. Iremos organizar mais discussões nas horas atividades sobre o uso da tecnologia.
      Abraços,
      Ped. Michele.

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  6. Prezados(as) Professores(as) e Pedagoga,

    Muito oportuno o debate sobre os encaminhamentos metodológicos. A Proposta Curricular de Geografia do Colégio Zardo, em consonância com as DCE´s PR, busca a exploração ampla da disciplina, como o uso de mapas, imagens, índices sociais, aulas de campo, uso do livro texto, entre tantas outras possibilidades de encaminhamento. Todas são muito importantes, dado à possibilidade de levar o aluno a "abstrair" e adquirir os conteúdos necessários à aprendizagem. A sugestão que faço é de que, a metodologia escolhida deve, sempre, atender à intencionalidade daquele conteúdo. Assim, ao propor o conteúdo no PTD podemos pensar: "quais critérios fazem esse conteúdo ser relevante, para quê e porque os alunos devem aprender aquele tópico, em qual extensão, em qual nível de profundidade, com qual tempo?". Escolher a metodologia a partir da intencionalidade do conteúdo, pode ser um caminho de sucesso para que o aluno compreenda e apreenda aquele conteúdo em sua totalidade. Muitas vezes a aula puramente expositiva, com conteúdos no quadro ou atividades do livro didático, "não dá conta" de abranger toda a riqueza que aquele determinado conteúdo requer. Até porque, a riqueza da disciplina de Geografia possibilita diversas estratégias de aula, trazidas pela Proposta Curricular da disciplina. Considero fundamental a escrita do colegas, que expressa a busca de usar sempre estratégias diversificadas com nossos alunos, com certeza os resultados serão atingidos.

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