Na interpretação do
mundo através das ferramentas da Química, é essencial que se
explicite seu caráter dinâmico. Assim, o conhecimento químico não
deve ser entendido como um conjunto de conhecimentos isolados,
prontos e acabados, mas sim uma construção da mente humana, em
contínua mudança. A História da Química, como parte do
conhecimento socialmente produzido, deve permear todo o ensino de
Química, possibilitando ao aluno a compreensão do processo de
elaboração desse conhecimento, com seus avanços, erros e
conflitos.
O aprendizado deve ser
conduzido levando-se em conta essas diferenças. No processo coletivo
da construção do conhecimento em sala de aula, valores como
respeito pela opinião dos colegas, pelo trabalho em grupo,
responsabilidade, lealdade e tolerância têm que ser enfatizados, de
forma a tornar o ensino de Química mais eficaz, assim como para
contribuir para o desenvolvimento dos valores humanos que são
objetivos concomitantes do processo educativo.
Como
o ensino atualmente pressupõe um número muito grande de conteúdos
a serem tratados, com detalhamento muitas vezes exagerado, alega-se
falta de tempo e a necessidade de “correr com a matéria”,
desconsiderando-se a participação efetiva do estudante no diálogo
mediador da construção do conhecimento. Além de promover esse
diálogo, é preciso objetivar um ensino de Química que possa
contribuir para uma visão mais ampla do conhecimento, que
possibilite melhor compreensão do mundo físico e para a construção
da cidadania,
colocando em pauta, na sala de aula, conhecimentos socialmente
relevantes, que façam sentido e possam se integrar à vida do aluno,
por isso será ministrado, no decorrer do ano letivo, temas que
abordam o nosso cotidiano.
Os conteúdos nessa
fase devem ser abordados a partir de temas que permitam a
contextualização do conhecimento. Nesse sentido, podem ser
explorados, por exemplo, temas como metalurgia, solos e sua
fertilização, combustíveis e combustão, obtenção, conservação
e uso dos alimentos, chuva ácida, tratamento de água etc. Não se
pretende que esses temas sejam esgotados, mesmo porque as
interrelações conceituais e factuais podem ser muitas e complexas.
Esses temas, mais do que fontes desencadeadoras de conhecimentos
específicos, devem ser vistos como instrumentos para uma primeira
leitura integrada do mundo com as lentes da Química.
Tratados dessa forma,
os conteúdos ganham flexibilidade e interatividade, deslocando-se do
tratamento usual que procura esgotar um a um os diversos “tópicos”
da Química, para o tratamento de uma situação-problema, em que os
aspectos pertinentes do conhecimento químico, necessários para a
compreensão e a tentativa de solução, são evidenciados.
Como se pode perceber,
no primeiro momento da aprendizagem de Química prevalece a
construção dos conceitos a partir de fatos. Já no segundo momento,
prevalece o conhecimento de informações ligadas à sobrevivência
do ser humano. Na interpretação dessas informações, utilizam-se
os conceitos já construídos, bem como constróem-se outros,
necessários para a compreensão dos assuntos tratados. As
competências e habilidades desenvolvidas na primeira leitura do
mundo físico sob a ótica da Química são reutilizadas e, nesse
processo, podem ser aperfeiçoadas, de acordo com a complexidade das
situações em estudo.
Como,
nesses dois momentos, visa-se a uma aprendizagem ativa e
significativa, as abordagens dos temas devem ser feitas através de
atividades elaboradas para provocar a especulação, a construção e
a reconstrução de ideias. Dessa forma, os dados obtidos em
demonstrações, em visitas, em relatos de experimentos ou no
laboratório devem permitir, através de trabalho em grupo,
discussões coletivas, que se construam conceitos e se desenvolvam
competências e habilidades. Por exemplo, a análise de dados
referentes a um boletim de produção de uma indústria siderúrgica
pode servir de ponto de partida para a compreensão das relações
quantitativas nas transformações químicas e, por conseguinte, nos
processos produtivos.
Para tanto, os recursos
utilizados serão quadro negro, livros didáticos e paradidáticos,
multimídia (TV pendrive, data show, computador e internet),
noticiários (jornais e revistas) e documentários.
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QUESTÃO 1
Após a leitura do item “Encaminhamento Metodológico” constante na Proposta Pedagógica Curricular da sua disciplina, pontue, a partir do mencionado nesse item, o que faz parte da sua rotina em sala de aula e o que não faz, explicando as razões.
QUESTÃO 2
O que precisa ser alterado / modificado para fins de atualização nesse item da Proposta Pedagógica Curricular de sua disciplina? Explicite o que precisa ser aprofundado de modo a expressar a realidade e almejar o alcance da concepção da disciplina.
A minha rotina em sala de aula é, normalmente, aliar o conhecimento científico/específico com o que acontece à nossa volta no dia a dia, com a preocupação de que o aluno entenda e compreenda essa relação enfatizando, assim, a importância do conhecimento básico da disciplina de química na formação dessa fase de ensino e ter uma visão de mundo mais ampla, coerente e responsável.
ResponderExcluirEu não trabalho com a visão de que se tenha que ministrar conteúdos que se pode exigir num concurso de vestibular ou ENEM, mas é claro que se houver o interesse de algum aluno quanto a isso não descarto a possibilidade de trabalhar um ou outro conteúdo, por isso reafirmo que tendo uma compreensão do conhecimento básico toda a sequencia pode ser alterada para que todos tenhamos sucesso.
O que realmente precisa ser alterado é a politica educacional, a grade curricular, o modo de ver a educação como evolução de uma sociedade. O aluno não deve se preocupar em, por exemplo, trabalhar nessa fase da educação básica, para tanto necessita-se de uma carga horária maior, mais aulas, um sistema de ensino de educação integral, com aulas práticas e trocas de experiências com profissionais das mais diversas áreas do conhecimento para que haja as mais variadas formas de interesse do aluno para com a formação futura.
Prof Rogério Larini
Bem pontuada a questão dos conhecimentos científicos e a vida dos alunos, professor Rogério.
ExcluirA questão de aliar esses conteúdos aos interesses da própria ciência, sem a "neura" de Enens, Vestibulares, Concursos faz jus aos entendimentos sobre o aluno enquanto pessoa que é neste momento, não a um futuro concursando... vestibulando.
Sua reflexão mostra-se atual, carecendo maiores discussões e aprofundamentos!
Quanto a questão 1, realmente não tem como trabalhar o conteúdo de química sem tratar do cotidiano, afinal a química esta presente em tudo que se realiza, em tudo que se vive e até em si próprio, procuro sempre abordar conforme o conteúdo estudado algo que faça com que nosso aluno compreenda esta presença, mas como trabalho basicamente com terceiro ano e como acho que nossos alunos tem sim que fazer um enem ou uma faculdade, tendo a capacidade de competir com qualquer aluno do ensino particular, ensino para a vida, para o vestibular também afinal faz parte do crescimento do nosso aluno e não posso deixar de abordar este ponto.
ResponderExcluirInfelizmente a proposta está perfeita, mas com poucas aulas, muitos alunos em sala, sem um técnico de laboratório, para que nossos alunos possam relacionar a teoria com a pratica em laboratório, pois, segundo normas de segurança do laboratório, que nos diz que não podemos ter mais do que 20 alunos sendo 15 o ideal, para evitar riscos para os próprios alunos, sem tempo para preparar o laboratório, observar como está a pratica, fica prejudicado o ensino, mas enquanto isto o que posso fazer é citar experiências do dia a dia , dar endereços de site que mostram as experiências, para que eles tentem uma maior abordagem, um maior conhecimento, ou seja, novamente na discussão de políticas educacionais que já foram citadas acima.
Prof. Aline
A questão do uso do laboratório é realmente um ponto crucial na prática pedagógica em Química.
ExcluirPorém, com suas dicas e orientações, Professora Aline, "citar experiências do dia a dia, dar endereços de site que mostram as experiências" contribui para, ao menos, saber de como certos conhecimentos são tratados.
Continuaremos insistindo para que um dia a Proposta não seja "perfeita" só no papel, e sim na prática.
Hoje o ato de lecionar é um desafio ao conciliar o conhecimento químico e educar para a vida. A química esta presente em toda a parte e isso ajuda a estimular o interesse no estudo e a construção da percepção do eu gestor da própria vida. Somos exemplos norteadores e o desafio educacional é diário, buscar diferentes metodologias é essencial.
ResponderExcluirÉ uma preocupação trazer as aulas assuntos imprescindíveis ao conhecimento cientifico com resultado acadêmico. Estimular o aprendizado com eficiência e dedicação é uma arte e poder transmitir afinco a estudar pode ser revelador em suas jovens vidas, é dar um start para a vida adulta.
O abarrotamento das salas é um grande problema, acaba gerando impessoalidade e um desafio maior no aprendizado dos alunos, dificultando à didática e o contato professor-aluno.
A dificuldade ao acesso tecnológico é outro desafio a ser superado, assim como a realização de aulas práticas e a aplicação teórico-prática, já que a quimica pode ser curiosamente impressionante e reveladora. A necessidade de aperfeiçoamento pedagógico é essencial a capacitação do profissional, refletindo em interesse e envolvimento dos alunos.
Profa Cris Lenzi.
Esse trabalho pedagógico que você pontuou, professora Cris, "Estimular o aprendizado com eficiência e dedicação é uma arte e poder transmitir afinco a estudar pode ser revelador em suas jovens vidas, é dar um start para a vida adulta" é algo que nós, professores educadores implementamos em toda nossa vida profissional.
ExcluirA troca, os desafios, os problemas, os sucessos servirão de norte para aperfeiçoarmos nosso trabalho.
É muito bom ver seus comentários e de maneira bastante positiva diante de participações ímpares e, como somos poucos professores lecionando a disciplina de química, isso me deixa muito contente e encorajado.
ExcluirProf Rogério Larini