A
concepção de avaliação para a disciplina de Arte proposta nestas
Diretrizes Curriculares é diagnóstica e processual. É diagnóstica
por ser a referência do professor para planejar as aulas e avaliar
os alunos; é processual por pertencer a todos os momentos da prática
pedagógica. A avaliação processual deve incluir formas de
avaliação da aprendizagem, do ensino (desenvolvimento das aulas),
bem como a autoavaliação dos alunos.
De
acordo com a LDB (n. 9.394/96, art. 24, inciso V) a avaliação é
“contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência
dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao
longo do período sobre os de eventuais provas finais”. Na
Deliberação 07/99 do Conselho Estadual de Educação (Capítulo I,
art.8º), a avaliação almeja “o desenvolvimento formativo e
cultural do aluno” e deve “levar em consideração a capacidade
individual, o desempenho do aluno e sua participação nas atividades
realizadas”.
De
fato, a avaliação requer parâmetros para o redimensionamento das
práticas pedagógicas, pois o professor participa do processo e
compartilha a produção do aluno. Ou seja, a avaliação permite que
se saia do lugar comum, dos gostos pessoais, de modo que se
desvincula de uma prática pedagógica pragmatista, caracterizada
pela produção de resultados ou a valorização somente do
espontaneísmo. Ao centrar-se no conhecimento, a avaliação gera
critérios que transcendem os limites do gosto e das afinidades
pessoais, direcionando de maneira sistematizada otrabalho pedagógico.
Assim,
a avaliação em Arte supera o papel de mero instrumento de medição
da apreensão de conteúdos e busca propiciar aprendizagens
socialmente significativas para o aluno. Ao ser processual e não
estabelecer parâmetros comparativos entre os alunos, discute
dificuldades e progressos de cada um a partir da própria produção,
de modo que leva em conta a sistematização dos conhecimentos para a
compreensão mais efetiva da realidade.
O
método de avaliação proposto nestas Diretrizes inclui observação
e registro do processo de aprendizagem, com os avanços e
dificuldades percebidos na apropriação do conhecimento pelos
alunos. O professor deve avaliar como o aluno soluciona os problemas
apresentados e como ele se relaciona com os colegas nas discussões
em grupo. Como sujeito desse processo, o aluno também deve elaborar
seus registros de forma sistematizada. As propostas podem ser
socializadas em sala, com oportunidades para o aluno apresentar,
refletir e discutir sua produção e a dos colegas. É importante ter
em vista que os alunos apresentam uma vivência e um capital cultural
próprio, constituído em outros espaços sociais além da escola,
como a família, grupos, associações, religião e outros. Além
disso, têm um percurso escolar diferenciado de conhecimentos
artísticos relativos à Música, às Artes Visuais, ao Teatro e à
Dança.
O
professor deve fazer um levantamento das formas artísticas que os
alunos já conhecem e de suas respectivas habilidades, como tocar um
instrumento musical, dançar, desenhar ou representar. Durante o ano
letivo, as tendências e habilidades dos alunos para uma ou mais
áreas da arte também devem ser detectadas e reconhecidas pelo
professor.
Esse
diagnóstico é a base para planejar futuras aulas, pois, ainda que
estejam definidos os conteúdos a serem trabalhados, a forma e a
profundidade de sua abordagem dependem do conhecimento que os alunos
trazem consigo. Essa é outra dimensão da avaliação, a zona de
desenvolvimento proximal, conceito elaborado por Lev Semenovich
Vigotsky que trabalha a questão da apropriação do conhecimento.
Vigotsky argumenta que a distância entre o nível de desenvolvimento
real, determinado pela capacidade de resolver um problema sem ajuda,
e o nível de desenvolvimento potencial, determinado pela resolução
de um problema sob a orientação de um adulto ou em colaboração
com outro colega, é denominado de zona
de desenvolvimento proximal.
Portanto, o conhecimento que o aluno acumula deve ser socializado
entre os colegas e, ao mesmo tempo, constitui-se como referência
para o professor propor abordagens diferenciadas. A fim de se obter
uma avaliação efetiva individual e do grupo, são necessários
vários instrumentos de verificação tais como:
• trabalhos
artísticos individuais e em grupo;
• pesquisas
bibliográfica e de campo;
• debates
em forma de seminários e simpósios;
• provas
teóricas e práticas;
• registros
em forma de relatórios, gráficos, portfólio, áudio-visual e
outros.
Por
meio desses instrumentos, o professor obterá o diagnóstico
necessário para o planejamento e o acompanhamento da aprendizagem
durante o ano letivo, visando às seguintes expectativas de
aprendizagem: • A compreensão dos elementos que estruturam e
organizam a arte e sua relação com a sociedade contemporânea;
• A
produção de trabalhos de arte visando à atuação do sujeito em
sua
realidade
singular e social;
• A
apropriação prática e teórica dos modos de composição da arte
nas
diversas
culturas e mídias, relacionadas à produção, divulgação e
consumo.
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QUESTÕES A SEREM RESPONDIDAS
1 - Para que serve a Avaliação na sua disciplina?
2 - O que precisa melhorar nos aspectos avaliativos de sua disciplina?
1- Para que serve a avaliação na sua disciplina?
ResponderExcluirComo a própria diretriz aponta: Verificação do desempenho do aluno com vistas ao desenvolvimento artístico e cultural deste. Serve também como um termômetro para que percebamos(se o aluno não alcançar os objetivos) o método que estamos usando no prcesso ensino-aprendizagem. A avaliação é sempre para melhorar o desempenho dos alunos e do professor neste processo.
2-O que precisa melhorar nos aspectos avaliativos?
Precisamos mudar a maneira de avaliar de forma que as atividades práticas tenham maior peso do que as atividades teóricas. A teoria é importante, porém os trabalhos prátics, em arte, são muito significativos. O sistema de avaliação no nosso PPP deve ser: 4,0 pontos obtidos por meio de provas teóricas e 6,0 pontos por meio de atividades práticas.
Profa. Marilise Stival – Arte.
Exatamente prof. Marilise.
ResponderExcluirExcelente sua colocação sobre avaliação, pois não somente o valor da nota do aluno é o termômetro da aprendizagem e sim quesito para medirmos a metodologia em sala de aula que o professor apresenta e o aprendizado dos alunos.
1 - Para que serve a Avaliação na sua disciplina?
ResponderExcluirPara se avaliar o desempenho do aluno, e sobretudo analisar se houve falhas no planejamento, poder rever o quê e como ensinar, assim sendo, é possível perceber a necessidade de uma mudança, inclusive motivar e conversar para que o estudante também perceba que ele pode melhorar.
2 - O que precisa melhorar nos aspectos avaliativos de sua disciplina?
A forma de avaliação atual do PPP para prova(conhecimento teórico): 4,0 e 6,0 para as atividades praticas e trabalho quando necessário.
Boa tarde prof. Ana (acredito que seja você quem escreveu...rsrsr)
ResponderExcluirMuito boa sua colocação sobre Avaliação.
Agora lhe questiona se isso realmente acontece em nossa prática pedagógica?
Com certeza não acontece na totalidade, mas acredito que existem profissionais que já estão "refletindo" em mudanças e ja´estão saindo do comodismo, principalmente nos casos de alunos confirmados de uma atenção diferenciada, este avanço é possível se houver uma reciprocidade de ambas partes, pois a mudança muitas vezes pode ser feita, mas o resultado pode até piorar, mas temos que ter ousadia para chegar ao resultado satisfatório! Ana- Arte
ExcluirProfessora, para mudança no PPP e na PPC, devemos fazer uma boa fundamentação teórica para fazermos a mudança. E agora é o momento.
ResponderExcluirEstou a disposição para auxiliá-las no que for preciso.